Política / Justiça
Tiago Botelho entrega ao CNJ relatório que cobra justiça no campo e defesa de povos indígenas, quilombolas e trabalhadores rurais
Documento da Corte Interamericana apresenta diretrizes para enfrentar violência e fortalecer proteção a defensoras e defensores de direitos humanos
10/12/2025
13:30
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
Em cerimônia realizada na manhã desta quarta-feira, no plenário do Conselho Nacional de Justiça, em Brasília, o advogado e professor da UFGD Tiago Botelho participou da entrega do relatório final do grupo de trabalho nomeado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos. O documento reúne propostas e diretrizes para subsidiar o sistema de justiça brasileiro no combate à violência contra defensoras e defensores de direitos humanos, com foco na proteção de trabalhadores rurais, povos indígenas e comunidades quilombolas.
A solenidade contou com a presença de autoridades nacionais e internacionais, entre elas o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Edson Fachin.
Integrante do grupo de trabalho ao longo de dois anos, Tiago Botelho destacou que a violência agrária decorre de omissões históricas do Estado brasileiro, que perpetuam desigualdades e alimentam conflitos fundiários.
Em sua fala, afirmou:
“Não há como proteger defensoras e defensores de direitos humanos sem avançar na reforma agrária, na demarcação das terras indígenas e na titulação dos territórios quilombolas. Enquanto essas pautas estruturantes forem negligenciadas, a violência continuará sendo a resposta das elites que nunca aceitaram dividir terra e poder.”
A manifestação reforça o entendimento de que a garantia de direitos territoriais é condição essencial para assegurar vida, segurança e dignidade a quem atua na defesa de causas sociais no campo.

O documento apresenta recomendações estratégicas para orientar a atuação institucional do Judiciário e de demais órgãos do sistema de justiça, entre elas:
Aprimoramento das investigações de ameaças, perseguições e assassinatos
Articulação interinstitucional entre órgãos judiciais, Ministério Público, Defensorias e polícias
Capacitação permanente de agentes públicos para lidar com conflitos agrários e direitos coletivos
Criação de mecanismos específicos de proteção para defensoras e defensores de direitos humanos
Implementação de políticas estruturantes que enfrentem as causas dos conflitos no campo
A expectativa é de que o material contribua para novas práticas e políticas públicas capazes de reduzir a vulnerabilidade de lideranças comunitárias e ativistas rurais.
O relatório busca oferecer ao CNJ e ao Judiciário instrumentos para enfrentar o ciclo de violência, marcado por ameaças constantes e assassinatos de lideranças indígenas, quilombolas e trabalhadores rurais.
O objetivo é promover:
Maior responsabilidade estatal
Efetividade na proteção de direitos coletivos
Segurança jurídica diante dos conflitos fundiários
Atuação preventiva, e não apenas reativa, por parte das instituições
A participação de Tiago Botelho no grupo de trabalho reafirma sua trajetória de defesa dos direitos humanos, da justiça agrária e das populações tradicionais. Sua atuação evidencia o compromisso com a construção de um sistema de justiça mais sensível, eficiente e protetivo, especialmente nas regiões onde a disputa por terra e poder produz vulnerabilidades e violações graves.
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