Política / Justiça
Moraes concede liberdade a primeira fugitiva do 8 de Janeiro deportada dos EUA
Cristiane Silva, condenada por incitação ao crime e associação criminosa, deverá cumprir restrições em Balneário Camboriú até 2026
15/09/2025
07:30
DA REDAÇÃO
©ARQUIVO
Enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) era julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, o ministro Alexandre de Moraes decidiu soltar a primeira fugitiva dos ataques de 8 de Janeiro de 2023 deportada dos Estados Unidos por imigração ilegal.
A decisão, publicada em 3 de setembro, beneficiou a garçonete autônoma Cristiane Silva, de 33 anos, que retornou à sua casa em Balneário Camboriú (SC) no último dia 6, após mais de um ano em fuga.
Cristiane deixou o Brasil em 2024 e passou pela Argentina, onde permaneceu por alguns meses.
Em novembro de 2024, seguiu para os Estados Unidos, sendo detida em janeiro de 2025 pela Polícia de Imigração e Alfândega (ICE).
Foi deportada em maio e passou 228 dias presa entre os EUA e o sistema penitenciário do Ceará, antes de retornar a Santa Catarina.
Cristiane não foi condenada por golpe de Estado, mas recebeu pena de um ano de prisão em regime restritivo de direitos por:
Incitação ao crime;
Associação criminosa.
Ela foi detida em 9 de janeiro de 2023, no Quartel General do Exército, em Brasília, um dia após os atos de vandalismo na Praça dos Três Poderes. Em sua defesa, negou participação nos protestos:
“Eu me arrependo, sim, porque fui lá para conhecer e acabei sendo injustiçada por algo que não cometi”, declarou em entrevista ainda nos EUA.
O ministro decidiu endurecer as medidas contra Cristiane após a fuga. Agora, até maio de 2026, ela deve cumprir:
Proibição de sair de Balneário Camboriú (SC);
225 horas de trabalho comunitário;
Participação em curso presencial sobre Democracia, Estado de Direito e Golpe de Estado;
Proibição de uso de redes sociais;
Suspensão do passaporte;
Perda de registro de armas;
Multa individual de R$ 13 mil (equivalente a 10 salários mínimos em 2023);
Multa solidária de R$ 5 milhões a ser dividida entre mais de 400 condenados pelos atos de 8 de Janeiro.
Cristiane recusou um acordo de não-persecução penal oferecido pela Procuradoria-Geral da República (PGR), no qual deveria confessar os crimes para receber punição mais branda.
Hoje, há cerca de 150 fugitivos dos ataques de 8 de janeiro vivendo na Argentina, sendo pelo menos cinco já detidos. Outros estão espalhados por países como Chile, México e América Central. Nos Estados Unidos, ainda restam duas mulheres presas pelo ICE, além de duas já deportadas: Cristiane Silva e Rosana Maciel.
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