Política Internacional
Trump autoriza CIA a realizar “ações secretas e letais” na Venezuela
Operações miram o regime de Nicolás Maduro, acusado pelos EUA de chefiar cartel de drogas
15/10/2025
20:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou a Agência Central de Inteligência (CIA) a conduzir ações secretas e letais na Venezuela, em uma escalada sem precedentes nas tensões entre os dois países. Segundo o The New York Times, a medida foi confirmada pelo próprio Trump nesta quarta-feira (15).
A autorização, conhecida como “autorização presidencial”, concede à CIA amplos poderes para realizar operações de inteligência e ações militares discretas, com ou sem apoio direto das forças armadas americanas. As missões têm como alvo o presidente venezuelano Nicolás Maduro, acusado por Washington de liderar o Cartel de los Soles, grupo classificado pelos EUA como organização narcoterrorista internacional.
Desde agosto, os Estados Unidos vêm reforçando sua presença no Caribe, com navios, aeronaves e cerca de 10 mil soldados posicionados na região, incluindo forças em Porto Rico. De acordo com o Departamento de Defesa, as ações visam interceptar embarcações supostamente ligadas ao tráfico de drogas.
Na terça-feira (14), o Exército americano bombardeou um barco em águas internacionais, próximo à costa venezuelana, resultando na morte de seis homens. Trump comemorou o ataque em sua rede social Truth Social, afirmando que os mortos eram “narcoterroristas” e que “nenhum militar americano foi ferido”.
A ofensiva americana foi duramente criticada pela China, cujo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian, acusou os EUA de “interferirem nos assuntos internos da América Latina” e de “excederem os limites da lei internacional”.
A Human Rights Watch também condenou os ataques, classificando-os como “execuções extrajudiciais ilegais”.
Já o governo de Maduro denunciou as ações à ONU, afirmando que os mortos nos bombardeios eram pescadores venezuelanos e não traficantes. Em resposta, a Venezuela iniciou nova mobilização militar nas regiões costeiras e prepara um estado de emergência externa, medida que amplia os poderes do presidente e restringe temporariamente direitos constitucionais.
O senador republicano Marco Rubio, atual secretário de Estado e conselheiro de segurança nacional de Trump, coordena a estratégia americana para derrubar Maduro. Fontes ligadas à Casa Branca afirmam que o objetivo final é “a remoção do regime chavista e a restauração da democracia venezuelana”.
A autorização à CIA remete a práticas antigas da agência na América Latina, como sua atuação em golpes de Estado no Brasil (1964) e no Chile (1973), que resultaram na instalação de regimes militares apoiados pelos Estados Unidos.
Com o aumento da tensão, analistas internacionais alertam para o risco de conflito direto entre os dois países, caso novas operações resultem em vítimas civis ou em confrontos com as forças venezuelanas.
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