Campo Grande (MS), Quinta-feira, 04 de Setembro de 2025

Política / Religião

Silas Malafaia chama líderes evangélicos de “covardes” e diz que eventual prisão seria “perseguição política e religiosa”

Pastor, investigado pelo STF por financiar atos golpistas, reforça apoio a Bolsonaro e critica silêncio de colegas

04/09/2025

08:00

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

O pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, elevou o tom contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e parte da liderança evangélica brasileira. Em entrevista concedida nesta terça-feira (2), primeiro dia do julgamento de Jair Bolsonaro (PL) na Corte, Malafaia afirmou que sua eventual prisão representaria “a maior covardia e uma pura perseguição política e religiosa”.

Críticas a colegas evangélicos

Malafaia classificou como “covardes” os pastores que evitam se manifestar sobre o embate com o ministro Alexandre de Moraes. Segundo ele, o silêncio tem três razões:

  1. Falta de engajamento político de líderes que não se envolvem em eleições.

  2. Medo de retaliações, após a inclusão de Malafaia no inquérito do STF.

  3. Falta de preparo para o debate político, o que leva alguns a preferirem o silêncio.

“Agora, também tem um outro lado da moeda, de alguns líderes covardes, omissos, que têm medo de se posicionar por causa de retaliações”, disse.

Investigação e operação da PF

Malafaia passou a ser investigado por financiar atos pró-Bolsonaro e por manter conversas privadas em que incentivava o ex-presidente a confrontar Moraes.

  • Em operação da Polícia Federal, foram apreendidos celular, passaporte e cadernos com esboços bíblicos do pastor.

  • O líder religioso afirma que a medida é perseguição:

“Se me prender, é pura covardia e perseguição.”

Ele reconheceu ter financiado atos com recursos de sua editora, a Central Gospel, incluindo R$ 35 mil para um trio elétrico usado por Bolsonaro em ato no Rio de Janeiro em 2022.

Relação com Bolsonaro e filhos

Aliado de Bolsonaro há duas décadas — foi quem celebrou o casamento do ex-presidente com Michelle, em 2013 —, Malafaia diz ter liberdade para críticas, inclusive ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), a quem chamou de “babaca” em áudios vazados.

“Sou aliado, não alienado nem bolsominion.”

Possível candidatura e cenário político

Apesar de rumores sobre uma candidatura presidencial em 2026, Malafaia descartou a hipótese:

“Não sou candidato a nada, nem a quinto carimbador de condomínio.”

Ele também comentou a disputa pela sucessão do bolsonarismo:

“A direita não é igual à esquerda, que Lula, preso, liberou o nome de Haddad, e a esquerda toda calada. Acho normal que haja atritos, mas acredito que lá na frente une todo mundo.”

Palavrões e estilo direto

Mensagens com Bolsonaro revelaram um Malafaia de linguagem dura e palavreado chulo. O pastor minimizou:

“Nunca passei imagem de super-santo. De vez em quando falo coisa indevida. Quem não tem pecado que atire a primeira pedra.”


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