Política
Eduardo Bolsonaro pede à Casa Branca trégua nas sanções a ministros do STF
Deputado e Paulo Figueiredo tentam evitar novas tarifas e articulam pacto de convivência com o Judiciário após prisão de Bolsonaro
05/08/2025
16:30
CNN
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
Após a decretação da prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL) pelo ministro Alexandre de Moraes, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o influenciador Paulo Figueiredo intensificaram articulações em Washington (EUA) para tentar frear o avanço das sanções internacionais contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e conter novas tarifas impostas pelo governo de Donald Trump sobre produtos brasileiros.
Segundo apuração da CNN, o principal objetivo da dupla é obter junto à Casa Branca uma "pausa" nas represálias, defendendo a necessidade de um "pacto de convivência institucional" entre a família Bolsonaro e o STF. A iniciativa surge em meio ao agravamento da crise institucional no Brasil e ao impacto político-econômico das recentes medidas norte-americanas.
Nos bastidores, a articulação liderada por Eduardo Bolsonaro tenta preservar canais de diálogo com os demais integrantes do STF, poupando-os de críticas públicas. O discurso da base bolsonarista tem sido centralizado em Alexandre de Moraes, apresentado como o principal “algoz” da direita brasileira, enquanto os demais ministros são, por ora, poupados da retórica de confrontação.
O gesto é visto como tentativa de desarmar o ambiente de hostilidade total entre o Judiciário e o bolsonarismo, na expectativa de evitar retaliações políticas adicionais e manter margem de negociação, inclusive no campo internacional.
Embora Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo não tenham autoridade formal para negociar tarifas comerciais, ambos vêm atuando politicamente junto ao governo Trump para mitigar os danos econômicos causados pela tarifa de 50% aplicada sobre produtos brasileiros.
Eles argumentam que a medida afeta diretamente setores do agronegócio e da indústria que historicamente apoiam o bolsonarismo, e que um prolongamento dessas sanções poderia enfraquecer a base de sustentação política da direita no Brasil.
A recente inclusão de Alexandre de Moraes na lista de sanções da Lei Magnitsky, que resultou na suspensão de vistos americanos e congelamento de ativos, foi celebrada por Eduardo e Figueiredo como uma vitória estratégica. No entanto, o avanço de sanções similares a outros ministros poderia escalonar ainda mais o conflito institucional, algo que os dois agora querem evitar.
A movimentação de Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo reflete uma mudança de tom no discurso bolsonarista, que busca reposicionar-se após o impacto da prisão domiciliar de Jair Bolsonaro. Ao tentar conter o avanço das tensões, os aliados do ex-presidente demonstram preocupação com os efeitos colaterais das sanções internacionais e do tarifaço, que podem atingir setores empresariais aliados e comprometer o discurso de “defesa da liberdade econômica”.
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