Campo Grande (MS), Segunda-feira, 20 de Maio de 2024

POLICIAL

Viúva de ex-vereador presenciou morte e afirma: "ele nem teve tempo de atirar"

Dinho Vital foi morto a tiros ontem, após briga em festa; PM alega que policiais revidaram e atiraram

09/05/2024

12:23

CAMPOGRANDENEWS

Silvia Frias e Dayene Paz, de Anastácio

Mary Beltrão, viúva do vereador, em entrevista na Câmara Municipal de Anastácio (Foto: Henrique Kawaminami)

Mary Beltrão, viúva do ex-vereador Wander Alves Meleiro, o Dinho Vital, disse que o marido não revidou aos tiros disparados às margens da BR-262, em Anastácio, cidade a 122 quilômetros da Capital. “Ele nem teve tempo de atirar, não saiu nenhum disparo da arma dele”, afirmou.

Mary, os pais de Dinho e outros familiares e amigos já estão na Câmara de Vereadores de Anastácio, onde o corpo dele será velado, à tarde. Todos estão muito abalados e a mãe dele precisou de atendimento médico, recebido no gabinete do presidente da Câmara, Ademir Alves Guilherme (PSD).

Dinho Vital foi morto a tiros, aos 40 anos, ontem, depois de ter saído de almoço em confraternização ao aniversário de 59 anos da cidade, realizado na Chácara do Gaúcho, perto da BR-262. O evento é realizado tradicionalmente após o desfile, reunindo políticos do município. Este ano, vários pré-candidatos à prefeitura e à Casa de Leis estavam presentes.

Mãe de Dinho (preto) chora pela morte do filho e precisou de atendimento (Foto: Henrique Kawaminami)
Mary não falou sobre a briga que antecedeu a morte. Ontem, conforme o site O Pantaneiro, a desavença começou quando o prefeito Nildo Alves de Albres (PSDB) anunciou que lançaria o ex-prefeito Douglas Figueiredo como pré-candidato à Prefeitura de Anastácio. Vários envolvidos na confusão estariam alcoolizados. “Derrubaram ele no chão e deram chutes, depois, ele foi embora”, contou.

A viúva diz que depois da briga, o marido saiu da festa e foi para casa, voltando pela rodovia. “Me desencontrei dele, fui em outro carro, estávamos em caminhos diferentes e, depois que retornei, vi que ele estava a uns 300 metros da festa”, lembrou.

Foi aí que viu carro prata, em que estavam os atiradores, saindo da festa. Dinho Vital estava fora do carro, à frente.

A viúva relata que os homens começaram a atirar quando ainda passavam na parte de trás da Fiat Toro do ex-vereador. Dinho ainda teria tentando voltar para o veículo. Aparentemente, segundo ela, para pegar a arma, que seria regularizada, afirma. Antes disso, porém, foi atingido. Ela diz ter ouvido, pelo menos, seis disparos. A viúva afirma que o marido não estava armado na festa.

O filho de 6 anos estava próximo dela e, por isso, ela correu para longe dos tiros e chamou pela sogra. Quando voltou a olhar a cena do crime, os homens no carro prata já haviam fugido.

“A morte do Dinho foi um ‘cala-boca', ele sabia de muita coisa”, disse Mary.

Movimentação na Câmara Municipal, à espera do velório, previsto para esta tarde (Foto: Henrique Kawaminami)
A viúva diz que o marido tinha defeitos como todo mundo, “mas era excelente pai”. Segundo ela, Dinho “morreu defendendo a cidade, ele tinha os ideais dele, essa discussão são só foi uma desculpa, porque não saiu nenhum disparo da arma dele”, afirmou.

O presidente da Câmara, Ademir Alves Guilherme, lembrou da última conversa que teve com Dinho Vital, ontem. “Me ligou e conversamos sobre o destino político da cidade”, disse, explicando que cogitaram lançar a mãe de Dinho como candidata à prefeitura.

“Esse caso traz muito ódio, caso passa cenário muito ruim sobre a classe política para a cidade; a população já estava um pouco desacreditada, depois disso, povo fica descrente com os políticos.”

Em nota, a assessoria da PM (Polícia Militar) informou que os tiros foram disparados por dois policiais de folga, acionados por participantes da festa, para que interviessem em caso de pessoa armada no local.

Ainda em nota, a PM alega que os militares viram pessoa armada com pistola, que seria Dinho Vital. Anunciaram que eram PM e ordenaram que colocasse a arma no chão. "(...) mesmo assim o homem não acatou a ordem legal dos PMs e, com arma em punho, partiu em direção aos policiais". A ação será investigada por meio de um IPM (Inquérito Policial Militar). 


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