Saúde
Câncer de próstata mata 48 homens por dia no Brasil, apesar da alta chance de cura
Número de mortes cresce no país, impulsionado pela falta de exames preventivos e pelo preconceito em relação ao toque retal
01/11/2025
09:30
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O câncer de próstata continua sendo um grave problema de saúde pública no Brasil. Segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a doença matou 48 homens por dia em 2024, totalizando 17.587 mortes — mesmo sendo altamente curável quando diagnosticada precocemente. Os dados constam no painel de mortalidade do Ministério da Saúde.
Entre 2015 e 2024, o número de mortes aumentou 21%, passando de 14,9 mil para 17,5 mil casos. No total, mais de 159 mil brasileiros perderam a vida para a doença em uma década. A região Centro-Oeste registrou o maior crescimento no período (26,1%), seguida pelo Sul (24,1%), Sudeste (21%), Nordeste (19,7%) e Norte (19,5%).
Embora o câncer de próstata seja o segundo tipo mais comum entre os homens, atrás apenas do de pele não melanoma, o tabu em torno do exame de toque retal ainda afasta muitos pacientes do consultório médico.
De acordo com o urologista Marco Arap, do Hospital Sírio-Libanês, o preconceito é um dos principais inimigos da prevenção.
“Não é um exame confortável, mas é simples, barato e fundamental para o diagnóstico precoce da doença”, explica o especialista.
O exame de sangue PSA (Antígeno Prostático Específico), quando aliado ao toque retal, permite identificar alterações suspeitas em estágios iniciais, aumentando significativamente as chances de cura.
Além do PSA e do toque, a ressonância magnética é outro exame importante para confirmar alterações na próstata. “A ressonância é muito sensível e específica, mas deve ser solicitada apenas quando o PSA ou o toque indicam anormalidades”, ressalta Arap.
Como a doença é silenciosa em seus estágios iniciais, a SBU recomenda que os exames preventivos comecem aos 50 anos, ou aos 45 para homens negros ou com histórico familiar da doença. Esses grupos apresentam risco até duas vezes maior de desenvolver o tumor e maior mortalidade.
“O câncer de próstata é traiçoeiro. Muitos descobrem em fase avançada, quando as chances de cura caem drasticamente. Prevenir é um ato de responsabilidade”, afirma Luiz Otávio Torres, presidente da SBU.
Nos estágios mais avançados, o câncer de próstata pode provocar:
Dificuldade ou dor ao urinar;
Jato urinário fraco ou interrompido;
Sensação de bexiga cheia;
Sangramento;
Dor nas costas ou nos ossos.
Em casos de metástase, podem ocorrer dores ósseas intensas, perda de peso e anemia. Entretanto, o médico reforça que esses sintomas também podem estar associados a outras doenças benignas, como infecção urinária, cálculos renais ou hiperplasia prostática benigna.
“Qualquer sintoma deve ser avaliado por um especialista. O diagnóstico precoce é a diferença entre cura e complicação”, alerta Arap.
Nem todos os casos exigem tratamento imediato. Em tumores de baixo risco e crescimento lento, o médico pode recomendar a vigilância ativa, que consiste em um acompanhamento clínico contínuo, sem intervenção cirúrgica.
“Há tumores tão lentos que a cirurgia pode ser mais agressiva que a própria doença. Mas o perigo está em abandonar o acompanhamento — isso permite que o câncer avance e reduza as chances de cura”, conclui o especialista.
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