Campo Grande (MS), Sábado, 01 de Novembro de 2025

Interior / Terenos

Corrupção em Terenos: vereador e empresários podem ter que usar tornozeleira eletrônica

Investigação da Operação Spotless revelou desvio de R$ 15 milhões dos cofres municipais

01/11/2025

07:00

DA REDAÇÃO

©ARQUIVO

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) pediu à Justiça que o vereador e empresário Arnaldo Godoy Cardoso Glagau (PSD), além dos empresários Rinaldo Córdoba de Oliveira e Rogério Luís Ribeiro, passem a usar tornozeleira eletrônica e cumpram medidas cautelares. O trio é apontado como integrante do núcleo empresarial do esquema de corrupção desvendado pela Operação Spotless, que apura o desvio de cerca de R$ 15 milhões dos cofres da Prefeitura de Terenos.

O pedido será analisado pelo desembargador Jairo Quadros, relator do processo, que determinou a distribuição em apenso e intimou as defesas dos acusados a se manifestarem antes da decisão judicial. O procedimento corre em sigilo.

Medida judicial e risco de interferência

De acordo com o MPMS, a solicitação das medidas cautelares é uma ação preventiva para garantir a eficácia das investigações, diante do risco de que os acusados interfiram na coleta de provas ou influenciem testemunhas. A medida inclui a utilização de tornozeleira eletrônica, restrição de deslocamento e proibição de contato com outros investigados.

‘Farra das Empresas Convidadas’

As investigações conduzidas pelos promotores Eduardo de Araújo Portes Guedes e Bianka Machado Arruda Mendes apontam que quatro empreiteiras formaram um cartel para fraudar licitações em obras públicas no município.

Segundo a denúncia, as empresas se revezavam nas vitórias, repassavam valores entre si e até realizavam empréstimos para que os “parceiros” pudessem executar as obras vencidas de forma irregular. Documentos como atestados de capacidade técnica eram forjados e trocados entre os envolvidos para simular idoneidade nas contratações.

“Criaram uma parceria na qual prestam suporte mútuo por meio da utilização de suas empresas”, afirmam os promotores na denúncia.

As companhias envolvidas, conforme o MP, não possuíam estrutura técnica ou financeira para realizar obras complexas, mas mesmo assim eram contratadas pela prefeitura.

Lista dos 26 denunciados pelo MPMS

  1. Henrique Budke (PSDB), prefeito afastado de Terenos
  2. Arnaldo Glagau (PSD), vereador e empresário
  3. Arnaldo Santiago, empresário
  4. Cleberson José Chavoni Silva, empresário
  5. Daniel Matias Queiroz, empresário
  6. Edneia Rodrigues Vicente, empresária
  7. Eduardo Schoier, empresário
  8. Fábio André Hoffmeister Ramires, policial militar e empresário
  9. Felipe Braga Martins, empresário
  10. Fernando Seiji Alves Kurose, empresário
  11. Genilton da Silva Moreira, empresário
  12. Hander Luiz Correa Grote Chaves, empresário
  13. Isaac Cardoso Bisneto, ex-secretário municipal de Obras e Infraestrutura
  14. Leandro Cícero de Almeida Brito, engenheiro
  15. Luziano dos Santos Neto, empresário
  16. Maicon Bezerra Nonato, servidor público municipal
  17. Marcos do Nascimento Galitzki, empresário
  18. Nádia Mendonça Lopes, empresária
  19. Orlei Figueiredo Lopes, comerciante
  20. Rinaldo Córdoba de Oliveira, empresário
  21. Rogério Luís Ribeiro, empresário
  22. Sandro José Bortoloto, empresário
  23. Sansão Inácio Rezende, empresário
  24. Stenia Souza da Silva, empresária
  25. Tiago Lopes de Oliveira, empresário
  26. Valdecir Batista Alves, empresário

O MPMS aponta que o grupo utilizava um sistema de favorecimento mútuo, no qual cada empresa alternava sua vez de vencer as licitações fraudulentas, dividindo os lucros ilícitos.

Desdobramentos

A Operação Spotless, deflagrada em 2024, revelou um complexo esquema de lavagem de dinheiro e desvio de verbas públicas envolvendo contratos de infraestrutura e serviços municipais. O caso segue em tramitação no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, com novos desdobramentos previstos para as próximas semanas.


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