Política / Segurança Pública
Projeto de Lei Antifacção: conheça os principais pontos da proposta enviada por Lula ao Congresso
Texto endurece penas, cria banco nacional de facções e amplia instrumentos de investigação
01/11/2025
12:30
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva encaminhou ao Congresso Nacional, nesta sexta-feira (31), em regime de urgência, o Projeto de Lei Antifacção, que tem como objetivo endurecer o combate às organizações criminosas em todo o país. A proposta foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União e é tratada como prioridade do governo federal.
Durante a assinatura do texto, Lula afirmou que o projeto reforça o poder do Estado no enfrentamento a grupos que controlam territórios e atividades econômicas ilícitas.
“Nós vamos mostrar como é que se enfrentam essas facções, que vivem de explorar o povo mais humilde desse país”, declarou o presidente.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, destacou que o projeto está alinhado às demandas da sociedade e do Parlamento. Uma das principais mudanças é a classificação dos crimes de facções criminosas como hediondos, o que aumenta o rigor das penas e restringe benefícios legais.
O projeto estabelece aumento significativo nas penas para integrantes de facções e para quem comete crimes sob ordens dessas organizações.
Entre os principais pontos:
Homicídios cometidos em benefício de facções: pena de 12 a 30 anos de prisão.
Atuação voltada ao domínio territorial ou econômico com uso de violência, coação ou ameaça: pena de 8 a 15 anos.
Agravantes: aumento da pena em casos de conexão com outras facções, transnacionalidade, domínio prisional ou territorial, e ataques a agentes de segurança pública.
O texto também fortalece os mecanismos de apuração e amplia as possibilidades de atuação das forças de segurança:
Infiltração de policiais e colaboradores em facções criminosas;
Acesso judicial a dados de geolocalização, mediante decisão de juiz, em situações de ameaça à vida ou integridade de pessoas;
Criação do Banco Nacional de Facções Criminosas, sob responsabilidade do Poder Executivo, reunindo informações estratégicas para o combate ao crime organizado.
Quando houver indícios de que facções se infiltraram em órgãos públicos, o projeto autoriza:
Afastamento judicial de agentes públicos envolvidos;
Proibição de contratação com o Poder Público e suspensão de incentivos fiscais por 14 anos para réus condenados por envolvimento com facções.
O texto também propõe estrangular as fontes de financiamento das organizações criminosas. As medidas incluem:
Apreensão de bens e recursos em favor da União;
Intervenção judicial em empresas utilizadas para lavar dinheiro ou financiar crimes;
Bloqueio de operações financeiras suspeitas;
Suspensão de contratos públicos ligados a pessoas físicas ou jurídicas envolvidas com facções.
Para reduzir o poder operacional das facções dentro dos presídios, o projeto prevê:
Monitoramento dos encontros de membros de facções no parlatório;
Transferência imediata de presos entre unidades sem necessidade de autorização judicial, em caso de rebelião, motim ou grave perturbação da ordem.
A proposta reforça o papel da Polícia Federal na cooperação policial internacional, permitindo o compartilhamento de informações e a atuação conjunta com forças estrangeiras.
O texto também inclui o setor privado na busca de provas e informações relevantes para investigações criminais e permite intervenção legal em empresas envolvidas em práticas ilícitas.
O governo defende aprovação rápida da proposta, que chega ao Congresso com apoio político articulado pelo Ministério da Justiça. Segundo Lula, o texto garante instrumentos mais eficazes para blindar os órgãos públicos contra a infiltração de membros de organizações criminosas e reforçar a segurança nacional.
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