Política / Câmara Federal
Motta diz que Tarcísio tem interesse na anistia, mas evita definir avanço da pauta
Reunião em Brasília aproximou Republicanos e Centrão da proposta de perdoar condenados por golpismo; pressão aumenta no Congresso durante julgamento de Bolsonaro no STF
04/09/2025
22:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta quinta-feira (4) que não há definição sobre a votação da anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, apesar da pressão crescente do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que tem defendido a medida com intensidade nas últimas semanas.
“Estamos muito tranquilos com relação à discussão dessa pauta, não há ainda nenhuma definição. Nós estamos sempre ouvindo o colégio de líderes”, disse Motta após encontro com Tarcísio.
Motta e Tarcísio se reuniram na quarta-feira (3), em Brasília, em um encontro mediado pelo presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP), e pelo presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), ambos favoráveis à anistia. A proposta é defendida por bolsonaristas e dirigentes do Centrão, que buscam livrar da prisão o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), atualmente julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
“O governador tem interesse em que se paute a anistia, isso é público. E nós estamos ouvindo a todos: os líderes que têm interesse e aqueles que não têm interesse”, completou Motta.
Após a reunião, Tarcísio retornou a São Paulo, onde se encontrou com o pastor Silas Malafaia e o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ). O tema central foi a anistia e os protestos programados por bolsonaristas para o 7 de Setembro.
“O apoio do Tarcísio é muito importante, porque trouxe o Republicanos”, disse Sóstenes, que também pretende se reunir com Motta para discutir um cronograma de votação da proposta.
Mesmo entre aliados de Bolsonaro, no entanto, a avaliação é de que Motta não deve pautar a medida durante o julgamento do ex-presidente, previsto para terminar em 12 de setembro.
Líderes do Centrão (PL, PP, Republicanos, União Brasil e parte do PSD) têm intensificado a cobrança para que a anistia seja apreciada na Câmara. Motta, que vinha resistindo, admitiu nesta semana que a proposta pode ser levada a plenário.
“Os líderes estão cobrando, estamos avaliando, vamos conversar mais. Aumentou o número de líderes pedindo”, declarou Motta na terça-feira (2).
No Senado, o presidente Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) defende um texto alternativo, limitado à redução de penas para condenados, sem alcançar figuras de maior expressão. A ideia, contudo, enfrenta resistência tanto na Câmara quanto no próprio Senado, onde não há apoio majoritário.
Para o PL, apenas uma anistia ampla que inclua Bolsonaro é aceitável. Segundo líderes partidários, a proposta de Alcolumbre não atende ao grupo. A estratégia do Centrão seria anistiar Bolsonaro criminalmente, mas manter sua inelegibilidade por condenações eleitorais, o que abriria caminho para Tarcísio ser candidato à Presidência em 2026 com aval do ex-presidente.
Nos bastidores do STF e do governo Lula, a avaliação é de que a mobilização de Tarcísio busca fortalecer sua pré-candidatura, amarrando o apoio do Centrão e respondendo a críticas da família Bolsonaro e de aliados que questionam sua lealdade ao bolsonarismo.
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