Política / Justiça
Bolsonaro é novamente indiciado e pressão aumenta às vésperas de julgamento no STF
Ex-presidente e Eduardo Bolsonaro são acusados de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e coação no curso do processo
21/08/2025
07:45
METRÓPOLES
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A Polícia Federal (PF) indiciou nesta quarta-feira (20/8) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por abolição violenta do Estado Democrático de Direito e coação no curso do processo da Ação Penal nº 2668, que apura a tentativa de golpe de Estado em 2022.
Este é o quarto indiciamento de Bolsonaro e ocorre em um momento crucial: às vésperas do julgamento do núcleo central da trama golpista, marcado para começar em 2 de setembro na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo a PF, Bolsonaro e o filho teriam extrapolado os limites da investigação da AP 2668, ao financiar e promover ataques contra o STF e o Congresso Nacional, visando “subjugá-los a interesses pessoais e específicos”.
O relatório cita que Eduardo Bolsonaro, nos Estados Unidos, atuou contra o ministro Alexandre de Moraes;
Bolsonaro, por sua vez, teria sustentado financeiramente as ofensivas do filho no exterior.
Coação no curso do processo (art. 344 do CPB): pena de 1 a 4 anos de prisão e multa;
Abolição violenta do Estado Democrático de Direito (art. 359-L do CPB): pena de 4 a 8 anos de reclusão.
Bolsonaro já havia sido indiciado anteriormente por:
Trama golpista;
Fraude em cartões de vacina;
Tentativa de incorporar joias da Presidência ao acervo pessoal.
O novo relatório da PF foi enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se oferece denúncia formal ao STF ou se arquiva o caso.
Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, após violar medidas cautelares. O estopim foi sua participação, via telefone, em manifestação bolsonarista no Rio de Janeiro, no dia 3 de agosto, cuja fala foi divulgada nas redes pelos filhos Carlos e Flávio Bolsonaro.
O julgamento da trama golpista terá início em 2 de setembro e será presencial. Estão no banco dos réus Bolsonaro e outros sete aliados acusados de tentar anular o resultado das eleições de 2022.
Cronograma das sessões:
2/9 (terça): 9h–12h / 14h–19h
3/9 (quarta): 9h–12h
9/9 (terça): 9h–12h / 14h–19h
10/9 (quarta): 9h–12h
12/9 (sexta): 9h–12h / 14h–19h
Jair Bolsonaro: ex-presidente, apontado como líder da trama golpista;
Eduardo Bolsonaro: deputado federal, acusado de atuar nos EUA contra o STF;
Alexandre Ramagem: ex-diretor da Abin, responde por organização criminosa e tentativa de golpe;
Almir Garnier Santos: ex-comandante da Marinha, teria colocado tropas à disposição do plano;
Anderson Torres: ex-ministro da Justiça, autor da minuta do golpe;
Augusto Heleno: ex-ministro do GSI, propagador de notícias falsas sobre urnas;
Mauro Cid: ex-ajudante de ordens e delator, envolvido em reuniões golpistas;
Paulo Sérgio Nogueira: ex-ministro da Defesa, teria apresentado decreto de estado de defesa;
Walter Braga Netto: ex-ministro, único preso, acusado de financiar acampamentos e planejar atentado contra Moraes.
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