Política / Justiça
PF encontra mensagens de Jair Bolsonaro planejando pedido de asilo político na Argentina
Ex-presidente e o filho Eduardo Bolsonaro são indiciados por obstrução de Justiça em inquérito sobre tentativa de golpe de Estado
20/08/2025
18:05
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A Polícia Federal (PF) indiciou nesta quarta-feira (20) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por tentativa de obstrução de Justiça no processo que apura a tentativa de golpe de Estado. Durante as diligências, os investigadores localizaram mensagens de Jair Bolsonaro planejando um pedido de asilo político na Argentina.
De acordo com o relatório entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), foi encontrado no celular do ex-presidente um documento editável, sem data e assinatura, que solicitava asilo político em regime de urgência ao governo argentino. O texto teria sido preparado para ser encaminhado ao presidente Javier Milei, aliado de Bolsonaro.
Segundo a PF, os registros revelam que desde fevereiro de 2024, Bolsonaro planejava alternativas para fugir do país e assim evitar a aplicação da lei penal.
As perícias no smartphone do ex-presidente também identificaram áudios e mensagens apagadas entre Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e o pastor Silas Malafaia, que reforçariam as tentativas de intimidar autoridades brasileiras e de atrapalhar os inquéritos em andamento sobre a trama golpista.
No mesmo relatório, a PF relatou o cumprimento de mandado de busca pessoal contra Silas Malafaia, com apreensão de celular e materiais. O pastor retornou nesta quarta-feira (20) de Lisboa e foi abordado no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, onde prestou depoimento à Polícia Federal. Além disso, Malafaia teve o passaporte retido e está proibido de deixar o país.
A investigação foi aberta em maio, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que apontou a atuação de Eduardo Bolsonaro junto ao governo dos Estados Unidos em busca de sanções contra ministros do STF. O caso resultou na ampliação do inquérito contra Jair Bolsonaro, que já cumpre prisão domiciliar por descumprimento de ordens judiciais.
No início de julho, o ministro Alexandre de Moraes prorrogou as apurações por mais 60 dias, ressaltando a necessidade de aprofundar diligências sobre as articulações políticas e jurídicas do ex-presidente.
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