Na tarde desta terça-feira (1º), o deputado federal Rodolfo Nogueira (PL-MS) promoveu audiência pública em Brasília para discutir a securitização das dívidas dos produtores rurais de Mato Grosso do Sul. O encontro contou com a participação de representantes de sindicatos, associações do agronegócio, parlamentares e entidades nacionais do setor, como a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).

“A palavra de ordem é urgência”, afirma Nogueira

Presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR), Nogueira destacou que o endividamento rural em Mato Grosso do Sul atingiu níveis alarmantes e pediu pressão institucional para que o governo federal apresente soluções concretas.

“O produtor rural está com o psicológico abalado. O preço do nosso produto caiu, o diesel aumentou, o custo de produção é altíssimo e não há política pública de apoio. A urgência é absoluta”, afirmou o deputado.

Ele também denunciou o crescimento do número de suicídios entre produtores rurais, apontando que o campo vive um cenário de colapso financeiro e emocional.

Projeto de lei em foco: securitização por 14 anos

Durante a audiência, Nogueira cobrou apoio do senador Luís Carlos Heinze (RS) — presente no evento — para o PL 2601/2025, que prevê a prorrogação das dívidas rurais securitizadas por 14 anos. A atual legislação prevê até 25 anos.

“Sabemos que é menos tempo do que o anterior, mas precisamos lidar com a realidade. Peço que o senhor interceda para colocar Haddad e Carlos Fávaro frente a frente para resolver isso”, declarou Nogueira.

O parlamentar convidou os 79 presidentes dos sindicatos rurais de MS para participar do debate, reforçando que a mobilização do setor é essencial para garantir avanços.

Participações e falas de destaque:

• Jorge Michelc, presidente da Aprosoja-MS:

  “Precisamos de nova securitização. Enfrentamos mudanças climáticas, pandemia, e em 31 de março pagaremos a última parcela. Falta política pública que garanta segurança ao produtor.”

• Fábio Caminha, CNA:

  “A produtividade caiu 22% em MS na última safra. São 4,2 milhões de hectares e não temos incentivo. O produtor está desestimulado.”

• Marco Antônio Guimarães, Sindicato Rural de Maracaju:

  “A população precisa entender como o agronegócio funciona. Essa audiência é essencial para esse diálogo.”

Próximos passos

Ao final da audiência, Nogueira anunciou a convocação da ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, para comparecer à Comissão nesta quarta-feira (2), às 10h, a fim de explicar o aumento das queimadas na Amazônia e sua participação em atos de movimentos de invasão de terras.