Política Internacional
Agência Atômica da ONU convoca reunião de emergência nesta segunda após ataque dos EUA ao Irã
Diretor da AIEA alerta que regime de não proliferação nuclear está em risco e cobra cessar-fogo para garantir inspeções no país persa
22/06/2025
19:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) convocou, para a manhã desta segunda-feira (23), uma reunião de emergência para avaliar a situação das instalações nucleares do Irã, após os ataques aéreos realizados pelos Estados Unidos no sábado (21). A informação foi confirmada neste domingo (22) pelo diretor-geral da AIEA, Rafael Mariano Grossi.
Segundo Grossi, o ataque representa uma ameaça direta ao regime global de não proliferação de armas nucleares, que vigora há mais de meio século. “O regime de não proliferação nuclear, que tem sido o passe de segurança internacional durante mais de 50 anos, está em jogo”, alertou.
O diretor argentino destacou que a escalada no conflito entre Estados Unidos, Irã e Israel pode ter consequências “impensáveis” se não houver retorno imediato ao diálogo. “Se perdermos esta oportunidade, a destruição poderá alcançar proporções impensáveis e o regime mundial de não proliferação desmoronará”, afirmou.
Durante a reunião do Conselho de Segurança da ONU, também realizada neste domingo (22) em Nova York, Grossi reforçou o apelo por um cessar-fogo imediato, condição essencial para que os inspetores da agência possam realizar avaliações técnicas seguras nas instalações iranianas.
Atualmente, equipes da AIEA estão no Irã, encarregadas de realizar inspeções regulares, conforme os protocolos do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP). O diretor ressaltou que, para garantir a integridade do trabalho, é necessário interromper os confrontos.
As inspeções vão avaliar os danos causados às três principais instalações nucleares iranianas:
Usina de Fordow (construída sob uma montanha)
Complexo nuclear de Isfahan (com túneis de armazenamento de material enriquecido)
Central de combustíveis da usina de Natanz
Apesar da gravidade dos ataques, o governo de Teerã informou à AIEA que não houve elevação nos níveis de radiação nas unidades bombardeadas.
O diretor da agência enfatizou que a situação atual não representa risco apenas no campo nuclear, mas também no equilíbrio geopolítico e econômico mundial, principalmente pela ameaça do Irã em fechar o Estreito de Ormuz, rota por onde circula cerca de 20% de todo o petróleo comercializado no planeta.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, também reforçou, na reunião do Conselho de Segurança, que Israel, Irã, Estados Unidos e todo o Oriente Médio precisam voltar imediatamente à mesa de negociações, para evitar um conflito de escala regional ou até global.
Rafael Grossi finalizou destacando que o mundo vive um dos momentos mais críticos da diplomacia internacional nas últimas décadas. “O que está em risco não é apenas o acordo nuclear, mas sim a própria arquitetura de segurança global que construímos desde o fim da Segunda Guerra Mundial”, concluiu.
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