Política / Assembleia Legislativa
“Será que vou ter que vencer pelo cansaço?”, diz Lia Nogueira ao cobrar DEAMs 24h no interior de MS
Deputada denuncia represamento de mais de 1.700 casos em Dourados e cobra urgência do Governo para atendimento especializado às vítimas de violência
10/04/2025
13:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
Durante sessão plenária da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, realizada nesta quarta-feira (9), a deputada estadual Lia Nogueira (PSDB) voltou a criticar a falta de funcionamento 24 horas das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs) no interior do estado. Em tom de desabafo, a parlamentar questionou:
“Será que vou ter que vencer pelo cansaço?”, referindo-se à falta de respostas efetivas por parte da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) frente às suas solicitações.
Desde o início de seu mandato, Lia tem feito indicações, requerimentos e pronunciamentos cobrando a ampliação do atendimento especializado em municípios como Dourados, Três Lagoas, Corumbá e Ponta Porã.
A deputada alertou para a vulnerabilidade das mulheres fora da Capital, especialmente durante a madrugada e nos finais de semana, períodos em que as DEAMs estão fechadas. Em muitas cidades, vítimas de violência precisam recorrer a delegacias comuns, sem preparo ou protocolos adequados de acolhimento.
“Essas mulheres chegam machucadas, abaladas emocionalmente, e não se sentem seguras em procurar uma delegacia comum. Isso não é acolhimento. Isso é abandono”, disse a parlamentar.
Na semana passada, dados apresentados na Casa de Leis apontaram que mais de 1.700 boletins de ocorrência por violência doméstica estão parados em Dourados, a segunda maior cidade do estado.
“São investigações estagnadas, vítimas esperando por justiça e um sistema que não acompanha a gravidade do problema. O cenário no interior é mais crítico que na Capital”, ressaltou Lia.
Apesar de reconhecer a criação de um grupo de trabalho pela Sejusp para estudar melhorias no atendimento, a deputada afirmou que a iniciativa precisa se traduzir em ações concretas, com investimentos e decisões políticas.
“Não adianta só criar grupo de trabalho. É preciso agilidade. Estamos falando de vidas. E vidas não têm hora marcada para pedir socorro”, frisou Lia.
Atualmente, somente a DEAM da Casa da Mulher Brasileira, em Campo Grande, funciona 24 horas por dia. No restante do estado, o atendimento é limitado ao horário comercial, deixando milhares de mulheres sem assistência especializada durante noites e fins de semana.
A deputada defende a implantação de DEAMs com atendimento ininterrupto nas cinco maiores cidades do estado, como forma de garantir dignidade, proteção e acesso à justiça para as vítimas.
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