Política / Manifestação
Ato com Bolsonaro na Paulista reúne 55 mil pessoas e mostra baixa mobilização, aponta Datafolha
Manifestação em defesa da anistia aos condenados pelo 8 de janeiro teve presença de sete governadores e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro
07/04/2025
08:30
NAOM
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O ato realizado neste domingo (6) na Avenida Paulista, em São Paulo, com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), reuniu cerca de 55 mil pessoas, segundo estimativa do Instituto Datafolha. A manifestação, convocada para defender a anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, ocupou aproximadamente três quarteirões da via.
O número de presentes ficou bem abaixo da expectativa inicial da militância bolsonarista, confirmando uma baixa capacidade de mobilização popular do ex-presidente neste momento.
O cálculo do Datafolha foi feito a partir de imagens aéreas captadas às 15h42, durante o pico da concentração — justamente quando Bolsonaro discursava. Segundo a metodologia aplicada, foram analisadas áreas com diferentes densidades de público:
Alta: até 4 pessoas por metro quadrado
Média: 2 a 3 pessoas por metro quadrado
Dispersa: menos de 1 pessoa por metro quadrado
Ao todo, o trecho analisado tinha 30 mil metros quadrados, entre a Alameda Ministro Rocha Azevedo e a Rua Pamplona.
No último ato bolsonarista realizado em 16 de março, na praia de Copacabana (RJ), o Datafolha estimou a presença de 30 mil pessoas, número muito inferior ao 1 milhão esperado por Bolsonaro. Na Paulista, nenhuma estimativa oficial foi divulgada pela coordenação do evento ou pelo ex-presidente.
Um segundo levantamento, realizado pelo Monitor do Debate Político do Cebrap em parceria com a ONG More in Common, estimou 44,9 mil pessoas na manifestação deste domingo, utilizando drones e sistemas de inteligência artificial.
Além de Bolsonaro, o evento contou com a presença de sete governadores, todos ligados ao campo da direita:
Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP)
Romeu Zema (Novo-MG)
Ratinho Jr. (PSD-PR)
Ronaldo Caiado (União-GO)
Jorginho Mello (PL-SC)
Mauro Mendes (União-MT)
Wilson Lima (União-AM)
Os quatro primeiros são cotados como possíveis presidenciáveis para 2026, diante da inelegibilidade de Bolsonaro.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), também subiu ao palanque e defendeu a aprovação do projeto de anistia na Câmara dos Deputados.
Um dos elementos simbólicos do ato foi o batom, usado por manifestantes como homenagem a Débora Rodrigues dos Santos, condenada a 14 anos de prisão por pichar com batom a estátua da Justiça em frente ao STF durante os ataques de 8 de janeiro.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro pediu ao público que levantasse batons em solidariedade à cabeleireira:
“O batom representa a nossa Débora, uma mulher comum que se tornou símbolo da luta por justiça.”
Durante seu discurso, Bolsonaro criticou o Supremo Tribunal Federal e defendeu os manifestantes presos, além de citar seus filhos. O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro, que vive atualmente nos Estados Unidos, foi lembrado como peça estratégica da articulação internacional:
“Hoje faltou um filho meu aqui. O 03. Fala inglês, espanhol e árabe. Tem contato com pessoas importantes lá nos Estados Unidos.”
Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.
Leia Também
Leia Mais
Conta de luz terá reajuste de apenas 0,69% para consumidores residenciais em MS a partir desta terça (8)
Leia Mais
MPT-MS recomenda à Acrissul proibição do trabalho infantil durante a Expogrande
Leia Mais
Com arroba a R$ 400 no horizonte, Encontro Novilho Precoce debate futuro da pecuária em MS
Leia Mais
Vereadores e deputados cobram suspensão do leilão da BR-163 e responsabilização da CCR por descumprimento de contrato
Municípios