Política / Infraestrutura
Vereadores e deputados cobram suspensão do leilão da BR-163 e responsabilização da CCR por descumprimento de contrato
Audiência pública em Campo Grande reúne parlamentares, prefeitos e lideranças para denunciar inadimplência e exigir soluções urgentes
07/04/2025
13:00
DA REDAÇÃO
©Izaias Medeiros
Em audiência pública realizada nesta segunda-feira (7), na Câmara Municipal de Campo Grande, vereadores, deputados estaduais e federais, prefeitos e lideranças do interior de Mato Grosso do Sul se uniram para denunciar o descumprimento do contrato de concessão da BR-163 pela CCR MSVia e cobrar providências imediatas. A iniciativa foi uma parceria entre o Legislativo Municipal e a Assembleia Legislativa do Estado.
O evento, intitulado “BR-163: Concessão, Inadimplência e seus Impactos”, resultará em protocolo de denúncia junto ao Ministério Público Federal (MPF) com pedido de investigação, medidas cautelares, suspensão do pedágio e paralisação do leilão previsto para 22 de maio, que pode renovar a concessão da rodovia por mais 30 anos.
Durante a audiência, o deputado estadual Júnior Mochi apresentou dados alarmantes sobre o histórico da concessão:
A CCR arrecadou R$ 3,6 bilhões em pedágios de 2014 a 2023.
Investiu apenas R$ 1,9 bilhão.
Duplicou apenas 18% dos 806 km previstos, ou seja, 150 km, quando o contrato exigia 100% da duplicação em 5 anos.
A CCR ainda recebeu quase R$ 4 bilhões em empréstimos públicos.
Em 2024, já foram registrados 865 acidentes e 74 mortes na rodovia.
A ANTT perdoou R$ 153,4 milhões em multas aplicadas à concessionária.
Além disso, multas tarifárias que previam redução no valor do pedágio foram suspensas judicialmente pela CCR, e a tarifa atual poderia ser 53,94% menor.
Está previsto para 22 de maio de 2025 o leilão da nova concessão da BR-163/MS. O edital preocupa os parlamentares por prever:
Apenas 203 km de duplicação obrigatória,
"Degraus tarifários" que podem elevar o pedágio a até R$ 15,13,
A possibilidade da CCR MSVia participar e continuar operando a rodovia, apesar do histórico de inadimplência.
Vereador Papy (presidente da Câmara): "Precisamos unir forças. O povo está sofrendo com essa omissão."
Vereador Professor Riverton: “Sete mortes só na região do Jardim Noroeste. A CCR e a ANTT jogam a responsabilidade uma na outra.”
Deputada Mara Caseiro: “Não é problema pontual. É toda a extensão da BR-163. Queremos ser ouvidos para salvar vidas.”
Deputado Geraldo Resende: “Precisamos de um desfecho. Sete anos para começar a obra é muito tempo. A concessão de 2014 não deu certo.”
Deputado Beto Pereira: “A empresa que não cumpriu pode ser beneficiada com novo contrato. Isso é inaceitável.”
Deputado Marcos Pollon: “Essa é uma pauta de todos. A CCR sequer comparece às reuniões. Há total desrespeito.”
Deputado Gerson Claro (presidente da ALEMS): “Somos favoráveis à concessão, mas esse modelo está falido.”
Deputado Lídio Lopes: “Trecho entre Campo Grande e Dourados está travado. A judicialização é o caminho.”
Vereador André Salineiro: “Que se abra uma CPI para responsabilizar pelos mortos. O macroanel não atende mais a realidade da Capital.”
Suspensão do leilão de 22 de maio até apuração total das irregularidades;
Suspensão da cobrança do pedágio até que os investimentos atrasados sejam executados;
Investigação das responsabilidades civis e administrativas da CCR e da ANTT;
Realização de perícia judicial nas finanças da CCR MSVia;
Garantia de que nova concessão inclua a duplicação total da BR-163.
A audiência foi transmitida ao vivo pela TV Câmara (canal 7.3) e está disponível para visualização no canal oficial da Câmara Municipal de Campo Grande no YouTube.
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