Política / Câmara Federal
Pedido de vista adia votação sobre cassação de Carla Zambelli na CCJ
Relator apresenta parecer contra perda do mandato; deputada está presa na Itália enquanto aguarda decisão sobre extradição
02/12/2025
17:30
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados adiou, nesta terça-feira (2), a votação do relatório sobre a perda do mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP). O adiamento ocorreu após um pedido de vista coletivo, que empurrou a análise para após duas reuniões do colegiado. A expectativa é que Zambelli e sua defesa sejam ouvidos na próxima sessão.
O relator do caso na CCJ, deputado Diego Garcia (Republicanos-PR), apresentou parecer contrário à cassação da parlamentar, que foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a:
10 anos de prisão,
multa,
perda do mandato,
por envolvimento na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em janeiro de 2023.
Em seu relatório, Garcia afirmou haver “sombra de incerteza” e “lacuna de prova” quanto à participação direta de Zambelli no ataque cibernético.
“Onde houver lacuna de prova, deve prevalecer o respeito ao voto de quase um milhão de brasileiros que a elegeram”, escreveu.
O relator também acusou o STF de “perseguição política” e criticou o uso de depoimentos do hacker Walter Delgatti Netto, responsável por inserir no sistema um pedido de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes.
A deputada fugiu para a Itália em julho, antes do cumprimento da ordem de prisão. Hoje, Zambelli segue detida no país europeu aguardando decisão da Justiça italiana sobre o pedido de extradição feito pelo Brasil.
O Ministério Público da Itália já deu parecer favorável à extradição.
O processo sobre a perda do mandato foi encaminhado à CCJ em junho pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
A líder do PSOL, Fernanda Melchionna (PSOL-RS), reagiu duramente ao parecer, chamando-o de “tapa na cara do povo brasileiro”.
Para ela, o debate não é sobre inocência, mas sobre a impossibilidade de manter o mandato de alguém preso em outro país:
“Nenhuma pessoa em sã consciência acha que a Câmara deve gastar R$ 140 mil por mês com assessores de um mandato que não existe, porque a deputada está presa”, afirmou.
Após o retorno do relatório à pauta da CCJ e sua votação, o processo seguirá para o plenário da Câmara, onde será necessária maioria absoluta (257 votos) para cassar o mandato de Zambelli.
Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.
Leia Também
Leia Mais
CAIXA encerra inscrições para concurso de nível superior na próxima segunda-feira
Leia Mais
“Gestão MEI”: entenda o programa e como o MEI será beneficiado
Leia Mais
Com 10,7 mil doses, Mato Grosso do Sul inicia vacinação contra a bronquiolite nesta semana
Leia Mais
Iran Coelho será eleito vice-presidente do TCE-MS após aposentadoria de Jerson Domingos
Municípios