Política / Eleições 2026
Ciro Nogueira atribui “prejuízo gigantesco” a Eduardo Bolsonaro e afirma que Centrão vai comandar campanha da direita em 2026
Senador do PP diz que filho do ex-presidente já atrapalhou demais e que grupo vai definir os rumos da oposição
14/10/2025
12:30
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O senador Ciro Nogueira (PP-PI) elevou o tom das críticas internas à família Bolsonaro ao afirmar que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) causou um “prejuízo gigantesco” à direita nas eleições de 2026. A declaração, feita em entrevista à TV Bandeirantes, representa um recado direto ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aos aliados do Centrão, que já vinham tentando conter o protagonismo político do filho.
Nos bastidores, a fala de Ciro é vista como uma forma de “riscar o chão” — ou seja, delimitar a liderança do Centrão na construção da campanha presidencial da oposição, afastando a influência direta da família Bolsonaro na formação da chapa.
“O deputado Eduardo Bolsonaro causou um prejuízo muito grande para 2026”, disse Ciro Nogueira, em tom de alerta político.
A pesquisa Quaest divulgada recentemente mostrou uma recuperação da popularidade de Lula (PT) e revelou que Eduardo Bolsonaro é hoje o nome mais rejeitado da direita. O levantamento ainda apontou que 49% dos brasileiros consideram que Lula saiu fortalecido politicamente após o elogio público de Donald Trump, gesto interpretado por bolsonaristas como traição de um antigo aliado.
Nos bastidores, o Centrão vinha tentando convencer Jair Bolsonaro a conter o filho, sem sucesso. A tentativa mais recente partiu do líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, que viajou aos Estados Unidos para conversar pessoalmente com Eduardo, após ataques feitos por ele ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) — considerado o principal nome do Centrão para disputar a presidência em 2026.
Com a resistência de Eduardo e a incapacidade de Jair Bolsonaro de intervir, líderes do grupo decidiram explicitar publicamente a insatisfação.
Ciro Nogueira, ex-ministro da Casa Civil e um dos principais articuladores do grupo, reforçou que a direita aceita Jair Bolsonaro como cabo eleitoral, mas não admite um membro da família como candidato, nem mesmo à vice-presidência.
A avaliação é compartilhada por dirigentes do PL, Republicanos e PP, que defendem uma chapa de perfil mais moderado para atrair eleitores de centro e reduzir a rejeição no segundo turno.
Em setembro, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, já havia criticado publicamente Eduardo, dizendo que o deputado “vai ajudar a matar o pai” se insistir em uma candidatura própria.
Eduardo respondeu chamando a fala de “canalhice”, e Valdemar rebateu afirmando que “quem tem voto é Jair, não Eduardo”.
A declaração de Ciro Nogueira teve duplo efeito: além de sinalizar uma ruptura tática com o bolsonarismo radical, foi interpretada como um gesto de aproximação com o Supremo Tribunal Federal (STF).
Ao associar os ataques de Eduardo Bolsonaro ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pela Corte, o senador procurou demonstrar respeito institucional e distanciamento das alas mais extremistas da direita.
O próprio Valdemar Costa Neto fez movimento semelhante em setembro, ao afirmar que, diante das decisões judiciais contra o ex-presidente, “se o Supremo decidiu, temos que respeitar” — frase que sinaliza o novo tom do Centrão, interessado em reconstruir pontes com o Judiciário e buscar estabilidade política até 2026.
Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.
Leia Também
Leia Mais
PL oficializa nova diretoria em Mato Grosso do Sul com Reinaldo Azambuja na presidência
Leia Mais
Senador Nelsinho Trad recebe Diploma de Honra ao Mérito do Governo do Japão
Leia Mais
Coronel David propõe Utilidade Pública Estadual ao Instituto Pedro Arantes em Três Lagoas
Leia Mais
Projeto de Zé Teixeira reconhece como de Utilidade Pública Estadual a Associação de Moradores de Montese
Municípios