Campo Grande (MS), Sábado, 20 de Dezembro de 2025

Saúde

Mato Grosso do Sul bate recorde de mortes por gripe em 2025, com alta puxada pelo H1N1

Óbitos já superam em 33% o maior número da série histórica desde 2009; idosos concentram vítimas e registram baixa cobertura vacinal

22/09/2025

12:00

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

Mato Grosso do Sul atingiu em setembro de 2025 o recorde histórico de mortes por gripe, ultrapassando os números anuais registrados desde 2009. Segundo boletim da Secretaria Estadual de Saúde (SES) divulgado na última sexta-feira (19), o subtipo H1N1 é o principal responsável pelo aumento, com 127 óbitos confirmados. O total já é 33% maior do que o pico de 95 mortes registrado em 2016.

Considerando todos os subtipos da influenza, o Estado soma 179 mortes neste ano, número que também supera o recorde anterior, de 120 óbitos em 2022.

Perfil das vítimas

  • A maioria dos mortos tinha 60 anos ou mais, com destaque para a faixa de 80 anos ou mais;

  • Crianças também aparecem entre os mais afetados em hospitalizações:

    • bebês de até 1 ano representam 5,8% das internações;

    • crianças de 1 a 9 anos, 16,6%;

    • jovens de 10 a 19 anos, 4,3%.

  • Adultos entre 20 e 59 anos são a faixa com menor impacto de hospitalizações.

Alerta sobre vacinação

A infectologista Andyane Tetila, diretora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e médica em Dourados, destaca que a baixa cobertura vacinal entre os idosos é um dos principais fatores que explicam o número elevado de mortes.

“Quando somamos os maiores de 60 anos no boletim da SES, é justamente a faixa que mais impacta em número de óbitos. A hesitação vacinal está muito prevalente entre os idosos, e precisamos trabalhar esse medo para garantir imunização”, afirma.

Segundo a médica, a confusão em relação a efeitos adversos da vacina também afasta os mais velhos dos postos:

“Muitos se queixam de sintomas gripais após a imunização, mas isso ocorre porque procuram a dose em momentos de alta circulação viral, quando as infecções acabam se sobrepondo. Não é efeito adverso da vacina.”

Ela defende campanhas mais incisivas para garantir a vacinação precoce, antes do início da circulação intensa do vírus.

Sem evidências de fortalecimento do vírus

A infectologista reforça que não há indícios científicos de que o vírus influenza tenha se fortalecido em 2025. O aumento dos casos e mortes está diretamente ligado à baixa cobertura vacinal e ao atraso na procura pela imunização.

Perspectivas

Com o cenário atual, especialistas reforçam que a vacinação em massa continua sendo a principal estratégia para reduzir internações e óbitos, especialmente entre os grupos de risco — idosos e crianças pequenas.


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