Política / Justiça
Aliados de Bolsonaro esperam que julgamento impulsione anistia e provoque novas sanções dos EUA
Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo atuam em Washington para ampliar restrições contra ministros do STF e pressionar Congresso brasileiro
01/09/2025
10:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
Às vésperas do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF), aliados do ex-mandatário nos Estados Unidos acreditam que a provável condenação deve acelerar sanções do governo Donald Trump contra autoridades brasileiras e, ao mesmo tempo, fortalecer o movimento político pela anistia no Brasil.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o empresário Paulo Figueiredo devem viajar a Washington nesta quarta-feira (3) para acompanhar de perto o julgamento e reforçar a ofensiva junto ao governo americano.
Segundo aliados, ambos avaliam que a condenação de Bolsonaro é quase certa e, por isso, o próximo relatório a ser entregue às autoridades ligadas a Trump será sobre a postura de cada ministro do STF na análise da ação penal.
Os Estados Unidos já haviam adotado sanções contra Alexandre de Moraes e outros sete ministros, incluindo a suspensão de vistos de entrada. Agora, estariam em estudo novas medidas, como punições financeiras e restrição de vistos a auxiliares próximos ao ministro.
Entre os pontos em discussão no Departamento do Tesouro americano estão:
Inclusão de Viviane Barci, esposa de Moraes, no rol de sancionados pela Lei Magnitsky;
Restrição de vistos para juízes, assessores e delegados ligados ao STF;
Revisão das 700 exceções concedidas pelo governo americano à tarifa de 50% sobre importações brasileiras;
Congelamento de bens e ativos nos EUA, além de bloqueio de transações em dólares com bancos americanos.
Em reunião recente com o secretário do Tesouro, Scott Bessent, Eduardo Bolsonaro teria alegado que Viviane seria o “braço financeiro de Moraes” em um escritório privado. A defesa do ministro nega qualquer irregularidade.
Enquanto a pressão internacional cresce, aliados de Bolsonaro intensificam a articulação pela aprovação da chamada PEC da blindagem (ou das prerrogativas), que impede investigações criminais contra deputados e senadores sem autorização do Congresso e altera regras sobre foro privilegiado e prisões parlamentares.
A proposta, apelidada por bolsonaristas de “PEC anti-chantagem”, é vista como um caminho para pavimentar a anistia política ao ex-presidente e seus aliados. A votação, prevista para a última quarta-feira (28), travou após divergências entre partidos sobre o texto apresentado pelo relator Lafayette de Andrada (Republicanos-MG).
“O julgamento é a comprovação da perseguição. Mas eu acredito na anistia, e que ela vai abrir o caminho para Bolsonaro ser o candidato do PL”, afirmou Eduardo Bolsonaro à Folha de S.Paulo.
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