Internacional / Justiça e Poder
Caso Epstein: o escândalo global que expôs abusos, poder e silêncio entre elites internacionais
Bilionário operava rede de exploração sexual com conexões entre líderes, aristocratas e empresários; morte em cela ainda gera suspeitas
23/07/2025
20:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O nome Jeffrey Epstein se tornou sinônimo de um dos mais obscuros e impactantes escândalos envolvendo abuso sexual, tráfico de menores e impunidade entre os círculos mais poderosos do mundo. Bilionário de origens nebulosas, com trânsito livre entre figuras como Donald Trump, Bill Clinton e o príncipe Andrew, Epstein montou uma rede criminosa que usava o prestígio e o dinheiro como escudo — até que as denúncias vieram à tona, e o caso ganhou repercussão global.
"Ele gostava de mulheres tão jovens quanto eu", disse Donald Trump sobre Epstein, em declaração resgatada pela imprensa após as denúncias.
Nascido no Brooklyn, Nova York, Epstein iniciou a carreira como professor antes de se tornar gestor de fortunas — apesar de nunca se saber ao certo como acumulou sua riqueza. Por trás da fachada de consultor financeiro, ele controlava festas luxuosas, viagens em jatinhos particulares e encontros em uma ilha caribenha que ficou conhecida como a “Ilha da Pedofilia” por vítimas do esquema.
Em 2008, Epstein foi acusado de abusar sexualmente de dezenas de meninas. O que se seguiu foi um acordo judicial polêmico, articulado por Alexander Acosta, então promotor do caso — e futuro secretário do Trabalho do governo Trump. Epstein cumpriu apenas 13 meses em regime semiaberto, saindo todos os dias para “trabalhar”.
Em 2019, novas denúncias levaram Epstein de volta à prisão. Desta vez, sem a proteção dos acordos anteriores. Em 10 de agosto, foi encontrado morto na cela, em um suposto suicídio, embora as circunstâncias controversas e falhas inexplicáveis na vigilância até hoje levantem dúvidas sobre possível silenciamento.
Donald Trump: presença constante nas festas de Epstein; negou envolvimento após a repercussão.
Bill Clinton: viajou diversas vezes no jato particular de Epstein; também nega qualquer relação com os crimes.
Príncipe Andrew (Reino Unido): acusado diretamente por uma das vítimas. Após a exposição, foi afastado da vida pública e perdeu títulos e honrarias.
Parceira e recrutadora no esquema, Ghislaine Maxwell foi presa em 2020 e condenada em 2022 por aliciar menores para Epstein. Até agora, é a única condenada do círculo próximo, enquanto os demais nomes envolvidos seguem sem punição.
Quais nomes constavam nos arquivos de Epstein?
Quem frequentou a ilha e participou dos abusos?
Haverá novas investigações ou a rede continuará blindada?
O caso Epstein não terminou com sua morte. Ele virou símbolo de como poder, dinheiro e influência moldam a justiça, blindam abusadores e silenciam vítimas. A pergunta que persiste é: quantos ainda seguem impunes nas sombras?
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