Campo Grande (MS), Sexta-feira, 25 de Julho de 2025

Política / Justiça

STF adota tom de cautela sobre possível prisão de Bolsonaro em meio à crise com Trump e tensão diplomática

Ministros avaliam que clima político e repercussão internacional exigem prudência; Moraes é respaldado, mas ação sobre entrevistas gerou ruídos internos

24/07/2025

07:30

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

O Supremo Tribunal Federal (STF) vive um momento de tensão institucional e debate interno diante da escalada da crise envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a reação dos Estados Unidos com a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. Ministros da Corte passaram a defender uma postura de cautela frente à possibilidade de prisão preventiva de Bolsonaro, especialmente após a repercussão negativa da decisão do ministro Alexandre de Moraes, que condicionou a liberdade do ex-presidente ao silêncio sobre medidas cautelares.

“Os juízes devem arbitrar conflitos tanto quanto possível em prol da pacificação”, afirmou o ministro Luiz Fux, ao criticar a escalada e defender o princípio da soberania nacional.

Divergência estratégica no Supremo

  • Moraes mantém apoio da maioria dos ministros na condução do inquérito sobre tentativa de golpe, inclusive nas medidas como a tornozeleira eletrônica e a proibição de contato com outros investigados.

  • No entanto, a ameaça de prisão por declarações à imprensa gerou desconforto entre colegas.

  • Cinco ministros, segundo apuração da Folha de S.Paulo, defendem moderação neste momento, destacando os impactos de uma prisão preventiva sobre:

    • O processo judicial em fase final;

    • A repercussão internacional;

    • As negociações para barrar o tarifaço de Donald Trump.

Diplomacia, pressão externa e repercussão política

  • A ameaça de prisão ocorreu em meio ao esforço diplomático do governo brasileiro para reverter as tarifas unilaterais impostas pelos EUA.

  • Lideranças políticas e empresariais sinalizaram ao STF que uma prisão agora poderia tumultuar negociações comerciais e ampliar a instabilidade institucional.

  • A revogação dos vistos de 8 dos 11 ministros do Supremo por parte do governo Trump foi recebida como ato simbólico de agressão diplomática, embora classificada como de “baixo impacto prático” internamente.

Michel Temer defende pacificação

O ex-presidente Michel Temer divulgou vídeo pedindo diálogo institucional e criticando os excessos tanto do governo norte-americano quanto de lideranças locais:

“São inadequações que não se resolvem com bravatas, mas com diálogo entre nações parceiras”, afirmou Temer.

Bolsonaro: distensão após alarme inicial

Na quarta-feira (23), Bolsonaro acordou às 5h30 com helicópteros e imprensa na porta, temendo prisão iminente. Porém, ao longo do dia, aliados transmitiram sinalizações de distensão:

  • O clima entre os ministros do STF esfriou;

  • Não havia decisão ou mandado de prisão até a noite;

  • A avaliação no entorno do ex-presidente é de que ele não descumprirá mais as cautelares.

Ele passou o dia na sede do PL Nacional, acompanhado por parlamentares como Evair de Melo, Sóstenes Cavalcante e Magno Malta. Apesar da presença da imprensa, limitou-se a dizer: "Infelizmente, não posso falar."

Estratégia de contenção

  • Um ministro do STF sugeriu “pacto de silêncio” entre Bolsonaro e o Supremo para evitar novas tensões.

  • A expectativa é que o processo sobre a tentativa de golpe entre na reta final, com julgamento previsto nos próximos meses.


Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.

Últimas Notícias

Veja Mais

Envie Sua Notícia

Envie pelo site

Envie pelo Whatsapp

Rede News MS © 2021 Todos os direitos reservados.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO, transmissão e redistribuição sem autorização expressa.

Site desenvolvido por: