Política / Justiça
MPMS pede prisão preventiva de 'coach' acusado de matar o próprio pai a facadas em Campo Grande
Sahu Abel Heyn já tinha passagens por violência doméstica e descumprimento de medida protetiva
30/06/2025
08:15
DA REDAÇÃO
Acusado se apresenta como professor de oratória e inteligência emocional na internet ©Reprodução, Redes Sociais
O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) solicitou à Justiça a conversão da prisão em flagrante para prisão preventiva de Sahu Abel Heyn, acusado de assassinar o próprio pai, Hugo Abel Heyn, de 69 anos, na noite da última quinta-feira (26), em Campo Grande. O crime ocorreu no bairro Parque Residencial Maria Aparecida Pedrossian e causou forte comoção.
Sahu foi capturado na noite de sábado (28), por agentes da Guarda Civil Metropolitana, quando caminhava pela Avenida Touros Puxian, a caminho de um restaurante. Aos agentes, confessou o crime espontaneamente e foi encaminhado à Depac Cepol.
O promotor de Justiça Estéfano Rocha Rodrigues da Silva, responsável pelo pedido de prisão preventiva, argumentou que a gravidade do homicídio compromete a ordem pública e a credibilidade da Justiça. Segundo ele:
“Com a liberdade do indiciado, a garantia da ordem pública estará, claramente, vulnerável, tendo em vista a gravidade dos fatos praticados, o que poderá abalar a credibilidade da Justiça.”
O representante do MP também destacou os antecedentes criminais de Sahu. A ficha do acusado inclui lesão corporal dolosa, ameaça, perturbação da tranquilidade e quatro descumprimentos de medidas protetivas de urgência, sempre no contexto da violência doméstica.
De acordo com a investigação, Sahu matou o pai com facadas no tórax e braço, fugindo logo em seguida. Após o crime, ele teria ido se alimentar e aguardado o prazo para não ser preso em flagrante, antes de cogitar se apresentar à polícia.
No momento do interrogatório formal, o acusado optou por permanecer em silêncio, alegando que estava “organizando o que vai falar”.
Em 2022, a ex-companheira de Sahu registrou boletim de ocorrência relatando perseguições, inclusive por e-mail e mensagens no WhatsApp. Em alguns casos, ele usava os contatos do pai e da mãe para tentar reatar o relacionamento. Na época, medidas protetivas foram concedidas, mas quebradas pelo acusado em quatro ocasiões.
Apesar do histórico de violência, Sahu se apresentava nas redes sociais como coach e professor de inteligência emocional, alegando especialização em terapias holísticas, corporais e oratória. Em seus perfis, publicava frases motivacionais como:
“Se seus pensamentos são negativos, você reforça padrões que te limitam, muitas vezes sem nem perceber…”
Ele também postava fotos participando de competições esportivas, como corridas de rua, e tentava construir uma imagem de equilíbrio emocional e sucesso pessoal — em completa contradição com sua conduta real, segundo a investigação policial.
A Justiça ainda deve se manifestar sobre o pedido de prisão preventiva. Enquanto isso, Sahu Abel Heyn permanece detido e à disposição da Justiça. O caso é investigado como homicídio qualificado, com possível agravante por motivo fútil e crueldade.
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