Campo Grande (MS), Sexta-feira, 19 de Dezembro de 2025

Política / Transporte Público

Ônibus voltam a circular com 100% da frota em Campo Grande após quatro dias de greve

Paralisação dos motoristas terminou na quinta-feira e serviço foi totalmente restabelecido nesta sexta

19/12/2025

06:45

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

Os ônibus do transporte coletivo de Campo Grande voltaram a circular com 100% da frota nesta sexta-feira, após quatro dias de greve dos motoristas e trabalhadores do setor. A paralisação teve início na segunda-feira e foi encerrada na quinta-feira, depois de um acordo envolvendo o poder público e representantes da categoria.

Segundo o STTCU (Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande), todos os veículos do Consórcio Guaicurus operam normalmente desde as primeiras horas da manhã, restabelecendo um serviço essencial para milhares de usuários da Capital.

Alívio para quem depende do transporte público

Para trabalhadores que moram longe do emprego, a retomada da frota representa alívio imediato. A auxiliar de serviços gerais Marinez Barbosa, de 52 anos, moradora do Coophavila II, relata que a rotina virou um desafio durante a greve. Em dias normais, ela utiliza três linhas de ônibus para chegar ao trabalho.

Sem transporte coletivo, o empregador precisou custear corridas por aplicativo para garantir sua presença no serviço.

“Pra mim foi um alívio essa volta dos ônibus, todo mundo precisa ganhar, né”, resume Marinez.

Sensação de abandono nos terminais

A secretária Creunice Borges Queiroz, de 59 anos, moradora do Los Angeles, descreveu os dias sem ônibus como um cenário de abandono. Normalmente, ela utiliza dois coletivos na ida e quatro na volta do trabalho.

“Foi meio difícil, a gente que trabalha depende do ônibus, não só eu, mas muitas pessoas”, afirmou.
“Você passava pelo terminal e tava aquele silêncio, parecia que tava abandonado.”

Com a retomada total da frota, o sentimento é de cautela.

“Senti um alívio porque a gente retorna à rotina. Espero que não venha outra greve, porque afeta a população toda.”

Greve e acordo

A paralisação deixou a cidade sem ônibus circulando, forçando usuários a recorrerem a caronas, táxis, aplicativos de transporte ou longas caminhadas para chegar ao trabalho. O movimento foi motivado por atraso no pagamento de salários e do 13º salário dos trabalhadores.

O acordo que encerrou a greve foi fechado ainda na quinta-feira, após negociações envolvendo:

  • Prefeitura de Campo Grande

  • Câmara Municipal

  • Governo do Estado de Mato Grosso do Sul

O ponto central do entendimento foi a garantia de pagamento imediato de parte dos salários atrasados e do 13º, viabilizada por uma antecipação de recursos estaduais, o que permitiu ao sindicato autorizar a retomada das atividades.

Situação judicial

O Ministério Público do Trabalho (MPT) solicitou:

  • a extinção da multa de R$ 520 mil aplicada ao sindicato durante a greve

  • o abono das faltas registradas entre os dias 15 e 18 de dezembro

O pedido de abono das faltas já consta no acordo homologado. A exclusão da multa ainda será analisada pelo desembargador César Palumbo Fernandes.


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