O empresário indiano Sanjay Kapoor, de 53 anos, morreu na última quinta-feira (12) na Inglaterra após sofrer um choque anafilático ao engolir uma abelha durante uma partida de polo. O bilionário teve uma parada cardíaca decorrente da reação alérgica severa, segundo informações da imprensa britânica.

Ainda não está confirmado se ele teria sido picado na boca após engolir o inseto ou se a simples ingestão do animal foi suficiente para desencadear a reação fatal. Kapoor era conhecido no meio empresarial por seus investimentos e fortuna acumulada no setor imobiliário.

O que dizem os especialistas?

De acordo com a médica alergologista Alexandra Sayuri Watanabe, do Departamento Científico de Anafilaxia da Asbai (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia), existem dois cenários possíveis em casos como esse:

1. Picada na mucosa bucal ou garganta (em pessoas não alérgicas)
   Se uma abelha ferroa a região interna da boca ou próximo à garganta, pode gerar um processo inflamatório intenso, resultando em inchaço que compromete as vias respiratórias, levando a falta de ar, sufocamento e, em casos extremos, parada respiratória.

“O risco maior ocorre quando há inchaço nas vias aéreas, o que pode provocar obstrução respiratória”, explica Watanabe.

2. Reação alérgica grave (choque anafilático)
   Quando a pessoa tem alergia ao veneno de abelhas, a picada pode causar uma reação sistêmica rápida, que inclui:

• Urticária (manchas vermelhas e coceira);

• Inchaço de pálpebras, boca, língua e garganta;

• Tosse, aperto no peito, vômito, tontura e desmaio;

• E, nos casos mais graves, choque anafilático, que pode levar à morte se não tratado imediatamente com injeção de adrenalina.

Atenção: abelhas mortas também oferecem risco

A médica alerta que até mesmo uma abelha morta pode liberar veneno, caso seja pressionada, o que gera risco de irritações ou reações alérgicas, especialmente em mucosas sensíveis, como boca e garganta.

Tempo é fator determinante

Em situações de choque anafilático, os primeiros sintomas costumam aparecer entre cinco e dez minutos após a picada, e podem evoluir em até duas horas. O atendimento médico imediato é essencial.

“Nesses casos, a aplicação de adrenalina é o único tratamento eficaz para evitar uma fatalidade”, destaca Watanabe.

Como evitar acidentes desse tipo?

• Evite ingerir bebidas ou alimentos ao ar livre sem verificar se há insetos próximos.

• Use canudos com tampas em ambientes externos.

• Em caso de histórico de alergia a picadas de abelhas, leve sempre uma caneta de adrenalina autoaplicável (medicação recomendada para anafilaxia).