Educação e Política Sindical
Eleições na Fetems: Diretoria é denunciada por uso político da estrutura sindical
Chapa 2 formaliza denúncias contra suposto favorecimento à candidatura da atual vice-presidente; processo eleitoral pode ser judicializado
22/05/2025
15:30
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A disputa pela presidência da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems) entrou em clima de tensão às vésperas da eleição marcada para o próximo dia 2 de junho. A atual diretoria da entidade, liderada pelo presidente Jaime Teixeira, foi denunciada por suposto uso indevido da estrutura sindical em favor da Chapa 1, encabeçada pela atual vice-presidente Deumeires Morais, apontada como a candidata da continuidade.
As denúncias foram apresentadas pela Chapa 2 – Alternativa, liderada pelo professor Joaquim de Oliveira Neto, que alega estar sendo prejudicada por uma série de ações que comprometem a imparcialidade do processo eleitoral. A acusação inclui o uso da sede da Fetems, veículos oficiais, equipamentos institucionais e redes sociais da entidade para promover a candidatura da situação.
“A estrutura dos Sindicatos Municipais (Sinteds) é financiada por todos os filiados e deve estar a serviço da categoria, e não de um grupo ou projeto de poder específico”, afirmou uma das professoras ouvidas pela Chapa 2, que pediu anonimato por receio de retaliações.
Entre os episódios relatados por filiados e integrantes da oposição, constam:
Utilização de recursos da Fetems para agendas eleitorais da Chapa 1;
Reuniões internas e comunicados direcionados a fortalecer a candidatura da situação;
Suposto direcionamento político na comunicação institucional da entidade;
Tentativa de minar a atuação da oposição com disseminação de fake news, segundo a assessoria jurídica da Chapa 2.
A advogada Rosana Espíndola, que representa juridicamente a Chapa Alternativa, afirmou que a estratégia da Chapa 1 é “desonesta e apelativa”, além de colocar em risco a legitimidade da eleição sindical.
“As ações que favorecem apenas um grupo e utilizam a estrutura da Federação para isso violam os princípios democráticos da equidade e da transparência. O sindicato é da categoria, não de uma corrente política”, frisou Rosana.
A Chapa 2 ingressou com ação judicial pedindo a anulação do processo eleitoral, por considerar que transgressões estatutárias e legais comprometem o pleito. O pedido, contudo, não avançou no Judiciário por ter sido dirigido à Comissão Eleitoral, e não à diretoria da Fetems, que formalmente conduz o processo. A Justiça entendeu que a Comissão Eleitoral não possui personalidade jurídica, o que impede decisão de mérito.
Mesmo assim, a assessoria jurídica da oposição reforça que nenhuma instância declarou o processo como legítimo ou regular.
“Não houve julgamento do mérito. A Chapa 1 tenta manipular a categoria ao divulgar que a Justiça validou o processo. Isso é fake news, e nosso dever é alertar os trabalhadores para que não sejam enganados”, concluiu Rosana Espíndola.
A eleição da Fetems ocorre em um cenário de forte embate entre a continuidade da atual gestão e o clamor por mudança levantado pela Chapa 2. Os opositores defendem uma entidade mais plural, transparente e livre de alinhamentos político-partidários.
Para Joaquim de Oliveira Neto, líder da Chapa Alternativa, o momento é decisivo:
“A Fetems precisa resgatar sua autonomia e voltar a ser um instrumento da base, e não de cúpulas. Queremos uma Federação que represente verdadeiramente os trabalhadores e respeite as regras democráticas.”
A eleição está marcada para 2 de junho;
A Chapa 2 promete seguir com medidas jurídicas para garantir a lisura do processo;
Há expectativa de novos desdobramentos nas instâncias administrativas e judiciais.
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