Infraestrutura / Fiscalização
Comissão da Assembleia entrega denúncia contra CCR MSVia e pede suspensão do pedágio na BR-163/MS
Parlamentares apontam descumprimento de contrato, investimentos abaixo do captado e riscos à segurança viária; leilão de relicitação também é contestado
30/04/2025
13:45
DA REDAÇÃO
Deputados entregaram documento. (Reprodução, Redes Sociais)
Nesta quarta-feira (30), a Comissão Temporária para Acompanhamento da Concessão da BR-163/MS entregou denúncia formal ao Ministério Público Federal contra a CCR MSVia, concessionária responsável pela administração da rodovia em Mato Grosso do Sul. A entrega foi feita ao procurador-chefe da Procuradoria da República em MS, Pedro Paulo Grubits, e contou com a presença dos deputados Junior Mochi (MDB) e Mara Caseiro (PSDB).
O documento aponta irregularidades graves no contrato de concessão, pede investigação sobre os repasses bilionários recebidos pela empresa, suspensão temporária da cobrança de pedágio e adiamento do leilão de relicitação previsto para o próximo dia 22 de maio, na Bolsa B3.
A CCR MSVia teria captado cerca de R$ 4 bilhões entre 2014 e 2017, mas investiu apenas R$ 1,9 bilhão na BR-163 até 2023.
Houve descumprimento do contrato original, com reconhecimento de inadimplência por órgãos como o TCU.
A repactuação do contrato desconfigura os termos originais da concessão, segundo os parlamentares.
Solicita-se investigação sobre recursos recebidos de BNDES, Caixa e outros financiadores públicos, com separação de valores destinados a investimento (CAPEX) e operação (OPEX).
Suspensão imediata da cobrança de pedágio até o esclarecimento dos fatos ou, ao menos, redução das tarifas, conforme previsto pela ANTT em caso de descumprimento do cronograma.
A Comissão destaca que a infraestrutura da BR-163/MS está muito aquém do esperado, com:
Falta de duplicação em 656,3 km
Ausência de acostamentos em vários trechos
Sinalização precária
Manutenção deficitária
“Essa infraestrutura deficitária expõe milhares de motoristas a riscos evitáveis, configurando grave violação contratual”, aponta o texto.
“Ou comprova os investimentos com clareza, ou devolve para a sociedade”, afirmou o deputado Junior Mochi, criticando a falta de transparência da CCR.
“Não podemos aceitar mais promessas vazias. É hora de exigir responsabilidade”, completou Mara Caseiro, durante a suspensão temporária da sessão para entrega da denúncia.
Verificação de inadimplência da CCR com o contrato original
Atualização do valor das tarifas excedentes cobradas e multas compensadas via TAC
Destinação de valores recuperados para travessias urbanas em municípios mais afetados por acidentes
Determinação de cumprimento integral do Contrato nº 05/2013
Retomada das obras de duplicação originalmente previstas
Apuração de responsabilidades civis, administrativas e penais, se for o caso
As denúncias da Assembleia Legislativa de MS repercutiram em Brasília. O deputado federal Marcos Pollon (PL) protocolou pedido de suspensão da cobrança de pedágio no Ministério dos Transportes. Ele reforçou que a CCR já recebeu R$ 3,9 bilhões em repasses e lucrou R$ 3,6 bilhões com pedágios, sem entregar a infraestrutura contratada.
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