Política
Caiado e Ciro Nogueira trocam críticas e expõem divisão da direita rumo a 2026
Pré-candidato goiano reage a declarações do presidente do PP e intensifica disputa por protagonismo no campo conservador
05/10/2025
17:00
DA REDAÇÃO
©REPRODUÇÃO
O cenário político da direita brasileira ganhou novos contornos de tensão neste domingo (5), após uma troca de críticas públicas entre o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e o presidente nacional do Progressistas (PP), senador Ciro Nogueira (PI). O embate revela a fragmentação interna entre lideranças que disputam o protagonismo na corrida presidencial de 2026.
O atrito começou após entrevista concedida por Ciro Nogueira ao jornal O Globo, em que o senador afirmou que a direita possui, de fato, apenas dois nomes viáveis para a disputa presidencial: os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Ratinho Júnior (PSD-PR).
Segundo Ciro, a definição do candidato do campo conservador será feita entre dezembro de 2025 e janeiro de 2026, com anúncio por Jair Bolsonaro (PL). Bastidores de Brasília apontam que o senador piauiense pretende ocupar a vaga de vice-presidente na chapa que será apoiada pelo ex-presidente.
A declaração irritou Ronaldo Caiado, que é pré-candidato à Presidência e viu na fala uma tentativa de excluir seu nome do debate nacional. Em publicação no X (antigo Twitter), Caiado reagiu de forma contundente:
“Se Bolsonaro quiser um porta-voz, será um de seus filhos ou Michelle. Não o Ciro Nogueira, senador de inexpressiva presença nacional, que um dia já jurou amor eterno ao Lula.”
A resposta de Ciro Nogueira veio rapidamente, também pela mesma rede social, em tom irônico e curto:
“Nosso adversário é Lula. Caiado, pode falar qualquer coisa: você está certo. Satisfeito?”
A troca pública de farpas evidenciou a falta de unidade dentro da direita, que, além de Caiado, Tarcísio e Ratinho Júnior, ainda tem como potenciais postulantes Romeu Zema (Novo-MG) e nomes da família Bolsonaro, como Michelle Bolsonaro, Flávio Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro, todos do PL.
A direita chega a outubro de 2025 sem um nome capaz de unificar o campo conservador.
Enquanto Tarcísio de Freitas é apontado como favorito do bolsonarismo moderado, Ratinho Júnior aposta em uma imagem de gestor técnico e Caiado tenta se firmar como representante do conservadorismo tradicional, com forte base no Centro-Oeste.
Por outro lado, Ciro Nogueira — aliado histórico de Jair Bolsonaro e articulador da ala do “Centrão” — busca manter influência direta na formação da chapa presidencial de 2026, garantindo espaço para o PP nas negociações de bastidores.
Analistas políticos avaliam que a dispersão de candidaturas à direita favorece o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que deve buscar a reeleição com apoio consolidado da base progressista.
A disputa entre Ciro e Caiado reflete tensões de liderança e divergências estratégicas sobre o rumo da oposição conservadora, em um cenário ainda indefinido a menos de um ano do início oficial da campanha.
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