Campo Grande (MS), Domingo, 05 de Outubro de 2025

Saúde / Segurança Pública

Ministério da Saúde investiga quatro casos suspeitos de intoxicação por metanol em Mato Grosso do Sul

Estado está em alerta após morte de jovem em Campo Grande; governo federal amplia estoque de antídotos para emergências

04/10/2025

22:00

DA REDAÇÃO

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O Ministério da Saúde confirmou neste sábado (4) que Mato Grosso do Sul está entre os estados com maior número de casos sob investigação por intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas. Quatro ocorrências estão sendo apuradas no estado, que entrou em alerta sanitário após a morte do jovem Matheus Santana Falcão, de 21 anos, em Campo Grande, com sintomas compatíveis com envenenamento pelo composto químico.

Caso em Campo Grande

Segundo o boletim de ocorrência, Matheus teria ingerido uma cachaça adulterada comprada em uma conveniência do bairro NaschBeer, onde morava. O produto era da marca “Camelinho”. De acordo com familiares, a bebida foi adquirida pelo irmão da vítima na quarta-feira (2), após não encontrarem o produto em um supermercado da região.

Na quinta-feira (3), o jovem começou a apresentar mal-estar gástrico, náuseas e vômitos escurecidos, evoluindo rapidamente para um quadro grave.

A família relatou demora no atendimento do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), que teria levado mais de duas horas para chegar. Matheus deu entrada na UPA do Bairro Universitário às 18h20, ainda consciente, mas sofreu uma crise convulsiva 25 minutos depois. Foi intubado, encaminhado à área vermelha e teve o óbito confirmado às 19h53.

O corpo foi velado no sábado (4) em Campo Grande.

Situação nacional

De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil registra 127 casos suspeitos de intoxicação por metanol, sendo 11 confirmados e 12 mortes notificadas — uma delas já confirmada em São Paulo.

A maioria das ocorrências está concentrada em São Paulo (104), seguida de Pernambuco (7), Bahia, Goiás e Paraná (2 cada), além de registros isolados em outros estados.

Em Campo Grande, a Guarda Civil Metropolitana (GCM) e a Vigilância Sanitária realizaram neste sábado uma operação de fiscalização em bares e conveniências que comercializam bebidas destiladas, para recolher produtos suspeitos.

Ministério amplia estoque de antídotos

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou a aquisição de 12 mil ampolas de etanol farmacêutico e 2,5 mil unidades de fomepizol, medicamentos usados como antídotos no tratamento de intoxicações por metanol.

“Seguimos a ciência e as orientações dos especialistas. O etanol farmacêutico e o fomepizol são tratamentos comprovados e reconhecidos pela comunidade médica internacional”, declarou Padilha.

Os antídotos devem chegar aos hospitais universitários e centros de referência até o final da próxima semana, conforme a demanda de cada estado. A compra do fomepizol foi feita em parceria com o Fundo Estratégico da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e um fabricante japonês.

O Ministério reforça que os medicamentos devem ser aplicados somente sob prescrição e supervisão médica.

Risco e comportamento do consumidor

Em Campo Grande, o episódio já começa a alterar o comportamento dos consumidores. Donos de bares e conveniências relatam que cresceu a preferência por cervejas e vinhos em vez de destilados, embora o medo ainda não tenha se transformado em pânico.

O Procon-MS informou que, somente em 2025, nove estabelecimentos foram autuados no estado por venda de bebidas falsificadas ou contrabandeadas. A recomendação é comprar apenas produtos com selo fiscal e procedência comprovada.

Alerta de saúde

O metanol é um álcool industrial altamente tóxico, usado em combustíveis e solventes. Mesmo em pequenas doses, pode causar cegueira, insuficiência renal, coma e morte.
Os sintomas mais comuns de intoxicação incluem náusea, tontura, dor abdominal, visão turva, fraqueza e dificuldade respiratória.

Em casos suspeitos, a orientação é procurar atendimento médico imediato e não tentar tratamentos caseiros.


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