Saúde Pública
Sidrolândia registra novo caso suspeito de intoxicação por metanol; MS soma cinco casos em investigação
Estado monitora possíveis ocorrências em Campo Grande, Ladário e Rio Brilhante; morte de jovem é analisada pelo Ministério da Saúde
05/10/2025
18:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O município de Sidrolândia, a 70 km de Campo Grande, registrou um novo caso suspeito de intoxicação por metanol, segundo boletim divulgado pelo Ministério da Saúde neste domingo (5). Com a inclusão, Mato Grosso do Sul passa a contabilizar cinco casos em investigação, sendo dois em Campo Grande, um em Ladário, um em Rio Brilhante e um em Sidrolândia.
Entre os registros está a morte de Matheus Santana Falcão, de 21 anos, ocorrida na capital sul-mato-grossense, cuja possível ligação com intoxicação por metanol foi reconhecida oficialmente pela pasta.
Até o momento, não há confirmação laboratorial da presença de metanol nas amostras das vítimas.
O Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-MS) realiza análises de sangue e urina para confirmar a substância.
Em todo o país, já são 195 notificações de intoxicação — entre casos confirmados e em investigação — desde o início do surto, de acordo com levantamento federal.
O Brasil enfrenta uma crise de intoxicação por metanol associada ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas.
O surto teve início em São Paulo, que concentra mais de 160 notificações, tanto em números absolutos quanto proporcionais.
O problema vem sendo agravado pela venda clandestina de bebidas de origem duvidosa, muitas vezes produzidas sem controle sanitário ou rotulagem adequada.
Diante da situação, o Ministério da Saúde emitiu alertas nacionais e determinou prioridade no envio de antídotos para estados com casos confirmados ou suspeitos, com atendimento garantido pelo SUS.
Paralelamente, forças de segurança e vigilâncias sanitárias estaduais e municipais intensificaram operações de fiscalização em bares, conveniências e distribuidoras, com foco em identificar e apreender bebidas adulteradas.
O metanol é um tipo de álcool industrial usado em solventes, combustíveis e produtos químicos, inadequado para consumo humano.
Quando ingerido, é metabolizado no fígado em formaldeído e ácido fórmico, substâncias altamente tóxicas que afetam o sistema nervoso central, o fígado e, principalmente, a retina.
Mesmo pequenas quantidades podem causar:
Náuseas, vômitos e dor abdominal
Confusão mental e dor de cabeça intensa
Alterações visuais e perda parcial ou total da visão
Falta de ar e acidose metabólica
Em casos graves, coma ou morte
O ácido fórmico, resultado do metabolismo do metanol, é particularmente nocivo às células da retina, podendo causar cegueira irreversível.
As autoridades reforçam a recomendação para que consumidores verifiquem a procedência das bebidas, evitem produtos sem selo fiscal e denunciem estabelecimentos suspeitos.
O Ministério da Saúde, em parceria com secretarias estaduais, monitora os casos e mantém equipes de vigilância epidemiológica atentas a novos registros no Centro-Oeste.
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