POLÍTICA
Governo do MS e ministros de Lula celebram obras em Dourados, mas Riedel ignora deputados do PT
Evento destacou investimentos federais, mas revelou tensão política entre governador e parlamentares petistas
16/03/2025
09:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A cidade de Dourados (MS) foi palco, na última sexta-feira (14), de um evento que marcou a entrega de importantes obras de infraestrutura e habitação. O governador Eduardo Riedel (PSDB) recebeu três ministros do governo federal – Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) e Sônia Guajajara (Povos Indígenas) – além do prefeito Marçal Filho.
Entre os destaques da cerimônia estiveram a entrega da nova pista do Aeroporto Regional Francisco de Matos Pereira e o anúncio de 581 casas do programa Minha Casa Minha Vida destinadas à população indígena de sete municípios da macrorregião da Grande Dourados.
Apesar da presença expressiva de figuras do governo federal, o evento foi marcado por um gesto político que chamou atenção: nenhum deputado estadual ou federal do PT foi mencionado no cerimonial. Mesmo com a presença dos parlamentares Gleice Jane, Zeca do PT, Vander Loubet e Camila Jara, eles não tiveram direito à fala, enquanto Geraldo Resende e Lia Nogueira, ambos do PSDB, foram os únicos parlamentares a discursar.
Além disso, não houve convite formal aos deputados do PT sobre o receptivo no aeroporto. Para obter detalhes sobre a logística do evento, parlamentares tiveram que recorrer a contatos diretos com o secretário da Casa Civil, Eduardo Rocha.
A ausência de protagonismo para os petistas no evento é interpretada como uma estratégia de Riedel para se distanciar politicamente do PT, mesmo enquanto o governo estadual se beneficia dos investimentos federais.
A situação expõe a relação ambígua entre o governador Eduardo Riedel e o PT no Mato Grosso do Sul. Ao mesmo tempo em que reconhece publicamente o apoio do governo federal, Riedel evita dar visibilidade aos parlamentares petistas e fortalece sua base partidária.
O episódio reflete a tentativa do PSDB de conter a influência do PT em áreas estratégicas, como a base indígena, que foi beneficiada diretamente pelas casas do Minha Casa Minha Vida.
"Dê a César o que é de César", dizem os petistas, ao cobrarem reconhecimento político proporcional aos investimentos federais no estado.
O desenvolvimento de projetos como os anunciados em Dourados exige cooperação entre diferentes esferas de governo. No entanto, a ausência de reconhecimento para parlamentares petistas levanta questionamentos sobre a condução política de Riedel e o uso seletivo de alianças partidárias para capitalizar obras federais.
A postura do governador sinaliza que, apesar dos investimentos do governo Lula no estado, a disputa política em Mato Grosso do Sul seguirá acirrada.
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