ÁGUA CLARA
Câmara de Água Clara é investigada após operação que revelou corrupção na prefeitura
Falta de transparência no pagamento de diárias dos vereadores vira alvo do Ministério Público
25/02/2025
13:59
MDX
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A Promotoria de Justiça de Água Clara instaurou um inquérito civil para investigar possíveis irregularidades no Portal da Transparência da Câmara Municipal. A decisão foi publicada nesta segunda-feira (24) no Diário Oficial do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), poucos dias após a Operação Malebolge revelar um esquema de corrupção envolvendo fraudes em licitações na prefeitura da cidade.
O foco da nova investigação é a falta de transparência sobre os pagamentos de diárias aos vereadores. Segundo a denúncia, desde 2023, havia dificuldade no acesso a esses dados, além de relatos de resistência por parte de servidores da Câmara em fornecer informações que, por lei, deveriam ser públicas.
Em meio à falta de transparência, um levantamento apontou que os gastos com diárias para vereadores continuaram aumentando, mesmo após denúncias. O valor total chegou a R$ 414 mil, dobrando em poucos meses.
Durante a apuração da Notícia de Fato, o MP constatou que os dados de diárias entre fevereiro e maio de 2023 estavam ausentes do portal, o que levou à instauração do inquérito civil.
A Câmara Municipal de Água Clara se manifestou sobre a investigação, justificando que o problema teria ocorrido devido a falhas na responsividade do site para dispositivos móveis, o que teria dificultado o acesso a algumas abas do Portal da Transparência.
“Foi necessário reativar um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com a empresa Interlegis, responsável pelo domínio do site, além de capacitar o servidor responsável pela plataforma”, informou a Câmara.
A entidade afirma que, atualmente, o site está plenamente funcional e que as informações sobre diárias de vereadores e servidores podem ser acessadas por meio de três banners na página inicial.
A Operação Malebolge, realizada pelo MPMS, revelou um esquema de corrupção envolvendo empresários e servidores municipais, resultando na prisão de 11 pessoas e no cumprimento de 39 mandados de busca e apreensão em Água Clara, Rochedo e Terenos.
Entre os presos estavam Denise Rodrigues Medis, então secretária de Finanças de Água Clara, e Fernando Passo Fernandes, filho do prefeito de Rochedo, Arino Jorge (PSDB). Fernandes atuava como diretor de Licitações do município.
A prefeitura de Água Clara anunciou a exoneração da secretária de Finanças no dia seguinte à operação. Já em Rochedo, não há confirmação se o prefeito afastará o filho do cargo.
O Ministério Público estima que o esquema de fraudes em licitações tenha gerado um prejuízo de pelo menos R$ 10 milhões, afetando principalmente contratos da Educação municipal.
Ainda não há confirmação se a investigação da Câmara de Água Clara tem relação direta com o esquema das fraudes em licitações descoberto pela operação.
A operação foi batizada de "Malebolge", em referência à obra Divina Comédia, de Dante Alighieri. Na narrativa, "Malebolge" é o círculo do inferno reservado aos fraudadores e corruptos, onde cada criminoso recebe punições de acordo com a gravidade de seus atos.
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