POLÍTICA
Projeto de anistia do 8 de janeiro gera embate no Congresso e tensiona relação com Judiciário
Presidente da Câmara, Hugo Motta, adota cautela sobre o tema
09/02/2025
15:10
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
Antes de ser eleito presidente da Câmara dos Deputados, no último dia 1º de fevereiro, com 444 votos entre os 513 parlamentares, Hugo Motta (Republicanos-PB) evitou conceder entrevistas e adotou uma postura equilibrada sobre a anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023.
📢 O parlamentar buscou evitar atritos com as bancadas do PT e do PL, as duas maiores forças da Casa, enquanto mantinha o compromisso de avaliar o projeto de lei que propõe a anistia aos envolvidos na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.
De acordo com pesquisa do Datafolha (2024), a maioria dos brasileiros vê os eventos do 8 de janeiro de 2023 como um ato de vandalismo (65%), enquanto 30% consideram que houve uma tentativa de golpe de Estado.
📢 O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), reforçou que os ataques foram uma tentativa de golpe e resultaram em investigações e condenações severas.
Já políticos da oposição, principalmente da esfera bolsonarista, minimizam os eventos e classificam os envolvidos como vândalos que sofreram penas exageradas.
📌 Dados do STF sobre os envolvidos:
✔ 1.397 pessoas tiveram prisão preventiva decretada.
✔ 898 réus já foram responsabilizados até o início de 2024.
✔ 527 acusados (59%) firmaram acordos de não persecução penal, evitando a prisão mediante cumprimento de condições como participação em cursos sobre democracia.
✔ Entre os condenados à prisão, 80% receberam penas de pelo menos 14 anos de reclusão.
💡 Principais crimes pelos quais os condenados foram responsabilizados:
✔ Tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
✔ Golpe de Estado.
✔ Dano qualificado.
✔ Associação criminosa armada.
✔ Deterioração de patrimônio tombado.
✔ Incitação e associação criminosa.
Na entrevista concedida na sexta-feira (7), Motta afirmou que a discussão sobre a anistia gera tensões com o Judiciário e com o Executivo e, por isso, ele pretende tratar o tema com cautela.
📢 "Não posso dizer que vou pautar [o projeto de anistia] na semana que vem, nem que não vou pautar de jeito nenhum. É um tema que estamos digerindo e conversando, porque o diálogo tem que ser constante."
📢 "Todos que me apoiaram sabiam que eu tinha o apoio do PL e do PT. Não se pode exigir que eu 'desbalanceie' a minha atuação, porque não posso ser incorreto com ninguém."
Com essa declaração, Motta sinaliza que não tomará uma decisão precipitada, evitando desagradar seus aliados tanto na direita quanto na esquerda.
Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.
Leia Também
Leia Mais
Avião faz pouso de barriga no Aeroporto de Sorocaba; pista foi interditada
Leia Mais
BR-163/MS terá tráfego alternado nesta segunda-feira, 10; confira os trechos em manutenção
Leia Mais
Bolsonaro sofre sucessivas derrotas no STF ao tentar barrar investigações
Leia Mais
Governo e TJ firmam convênio de R$ 10 milhões para construção do novo Fórum da Mulher em Campo Grande
Municípios