Saúde & Prevenção
Ceratocone cresce entre jovens e já afeta mais de 150 mil brasileiros por ano, alertam especialistas
No Dia Mundial da doença, celebrado em 10 de novembro, oftalmologista reforça a importância do diagnóstico precoce para preservar a visão
07/11/2025
09:15
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O ceratocone — doença que provoca afinamento e deformação progressiva da córnea — tem atingido cada vez mais jovens brasileiros e se tornado uma preocupação crescente entre especialistas. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 150 mil pessoas desenvolvem o problema todos os anos no país, o que reforça a importância da detecção precoce e do acompanhamento oftalmológico regular.
Em alusão ao Dia Mundial do Ceratocone, celebrado em 10 de novembro, o oftalmologista Dr. Leonardo Gulino, do H.Olhos – Hospital de Olhos da Vision One, explica que o ceratocone é uma condição estrutural e não apenas refracional, ou seja, vai além de um simples erro de grau.
“Muitos pacientes percebem apenas uma leve piora na nitidez e acham que precisam trocar os óculos. O problema é que o ceratocone, se não tratado, pode evoluir de forma silenciosa e causar danos permanentes à visão”, destaca o médico.
A doença é marcada pelo afinamento e arqueamento da córnea, que deixa de ter o formato arredondado natural e passa a ser pontiaguda, provocando distorção visual progressiva. O ceratocone pode ter origem genética, mas também é influenciado por fatores externos.
“Coçar os olhos com frequência é um dos maiores agravantes. O atrito repetitivo enfraquece as fibras da córnea e acelera a progressão da doença. Pessoas alérgicas devem evitar o contato excessivo com os olhos e buscar acompanhamento médico”, orienta o Dr. Gulino.
Com o avanço da tecnologia, hoje é possível identificar o ceratocone em estágios iniciais, mesmo antes que o paciente perceba alterações na visão.
Exames como a topografia e a tomografia de córnea permitem mapear a curvatura e a espessura do tecido ocular com alta precisão.
“Quanto mais cedo o diagnóstico, maiores são as chances de estabilizar a córnea e impedir a evolução do quadro. O diagnóstico precoce faz toda a diferença para preservar a visão”, enfatiza o oftalmologista.
O tratamento depende do estágio da doença:
Casos leves: uso de óculos ou lentes de contato especiais.
Casos intermediários: o crosslinking corneano é a principal indicação — técnica que utiliza riboflavina (vitamina B2) associada à luz ultravioleta para fortalecer o colágeno da córnea.
“O crosslinking aumenta a rigidez da córnea e impede que a deformação avance. É um procedimento rápido, seguro e preserva a estrutura ocular”, explica o Dr. Gulino.
Outra opção é o anel intracorneano, indicado quando a córnea está transparente e sem cicatrizes, ajudando a melhorar a nitidez e a regularidade da visão.
Casos avançados: quando há cicatrizes ou deformidades graves, o tratamento pode exigir transplante de córnea.
“As técnicas atuais são menos invasivas, substituindo apenas as camadas afetadas e proporcionando recuperação mais rápida e estável”, complementa o especialista.
O ceratocone não tem cura, mas pode ser controlado com acompanhamento contínuo. A doença acomete principalmente adolescentes e adultos jovens, e o hábito de coçar os olhos é um fator decisivo na sua progressão.
“Nosso papel é conscientizar. Consultas regulares com o oftalmologista são fundamentais. Quando identificada cedo, a doença pode ser estabilizada e a visão preservada por toda a vida”, conclui o Dr. Leonardo Gulino.
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