Interior / Bonito
Gaeco realiza nova ação em Bonito após prisão de empreiteiro apontado como elo em esquemas de fraudes
Operação “Águas Turvas” investiga servidores e empresários suspeitos de desvio de R$ 4,3 milhões em licitações públicas
07/11/2025
07:45
DA REDAÇÃO
©ILUSTRAÇÃO
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) voltou às ruas de Bonito (MS) nesta sexta-feira (7) para cumprir novos mandados de busca e apreensão relacionados à Operação Águas Turvas, que investiga um esquema de fraudes em licitações e corrupção envolvendo servidores públicos e empresários da região.
Segundo informações preliminares, os agentes estiveram em uma loja de roupas da cidade durante o cumprimento das ordens judiciais. A ação conta com o apoio da Polícia Militar (PM) e faz parte da segunda fase da operação, deflagrada após a prisão de empresários e servidores municipais no mês passado.
Na primeira etapa da operação, realizada em 7 de outubro, o Gaeco prendeu:
Edilbero Cruz Gonçalves, então secretário de Finanças (posteriormente exonerado);
Lucianze Cintia Pazette, diretora de Licitação, atualmente em prisão domiciliar;
e o empreiteiro Genilton da Silva Moreira, apontado como elo entre diferentes esquemas de corrupção, já que também havia sido detido anteriormente durante uma operação semelhante no município de Terenos.
De acordo com as investigações, o grupo repassava informações privilegiadas a empresários para fraudar licitações e direcionar contratos públicos. Em troca, recebia propinas e outras vantagens indevidas.
O prejuízo causado aos cofres públicos é estimado em cerca de R$ 4,3 milhões, segundo o Gaeco.
Os investigados podem responder por organização criminosa, fraude em licitação, corrupção ativa e passiva, e lavagem de dinheiro.
O nome da operação, “Águas Turvas”, faz alusão à perda da transparência nas ações públicas, em contraste com a imagem de Bonito, cidade reconhecida internacionalmente por suas águas cristalinas e turismo ecológico.
Procurada, a Prefeitura de Bonito ainda não se manifestou oficialmente sobre a nova fase da operação.
Na ocasião da primeira ação, o advogado André Borges, que representa o prefeito Josmail Rodrigues, havia divulgado nota afirmando que a administração municipal determinou “total colaboração com as autoridades” e reafirmou que a gestão é “pautada pela ética e transparência”.
Após as prisões de outubro, o prefeito exonerou o secretário de Finanças, determinou procedimentos administrativos para apurar a conduta da servidora e suspendeu contratos suspeitos.
O Gaeco segue analisando documentos, contratos e movimentações financeiras para identificar o alcance do esquema e eventuais novos envolvidos.
As autoridades não descartam a possibilidade de novas fases da operação, inclusive com prisões preventivas e bloqueio de bens dos investigados.
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