Campo Grande (MS), Quarta-feira, 17 de Dezembro de 2025

Política / Transporte Público

Consórcio Guaicurus deve pagar motoristas e encerrar greve, afirma Adriane Lopes

Prefeita diz que município antecipou repasses e reforça que gestão salarial não é responsabilidade da Prefeitura de Campo Grande

16/12/2025

10:00

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), afirmou nesta quarta-feira (17) que a responsabilidade pelo pagamento dos salários atrasados e pelo fim da greve dos motoristas do transporte coletivo é exclusivamente do Consórcio Guaicurus. Segundo ela, a Prefeitura já realizou todos os repasses previstos, inclusive de forma antecipada.

A declaração foi feita durante agenda oficial na inauguração do novo polo da Funsat (Fundação Social do Trabalho), no bairro Moreninhas, enquanto a Capital enfrenta o terceiro dia consecutivo sem ônibus circulando.

“Esse não é um problema da Prefeitura. A Prefeitura passou todo o recurso durante o ano para a empresa com seus funcionários. A prefeita cuida dos funcionários da Prefeitura. A empresa que busque meios para resolver o problema. O que a Prefeitura poderia fazer foi feito, até antecipar o pagamento”, declarou Adriane.

Greve continua mesmo com multa de R$ 200 mil

Campo Grande amanheceu novamente sem transporte coletivo nesta quarta-feira (17), apesar da multa diária de R$ 200 mil imposta pelo TRT da 24ª Região ao sindicato da categoria em caso de descumprimento da ordem judicial.

Na terça-feira (16), o desembargador César Palumbo Fernandes determinou o retorno imediato dos ônibus, com 70% da frota em circulação nos horários de pico, e dobrou a penalidade, que antes era de R$ 100 mil. Mesmo assim, os motoristas decidiram manter a paralisação.

Em assembleia realizada em frente ao plenário do tribunal, o presidente do STTCU-CG (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo e Urbano de Campo Grande), Demétrio Freitas, foi enfático:

“Enquanto não receber o que está condicionado, não vão voltar”, afirmou.

O sindicalista reforçou que, até o momento, nenhuma proposta apresentada foi suficiente para encerrar a greve.

“Infelizmente vai continuar parado. Não é o que a gente quer. A população está sofrendo, três dias sem ônibus em Campo Grande, mas o trabalhador também precisa receber”, disse.

Audiência termina sem acordo

A audiência de conciliação no TRT-24 terminou sem acordo entre Prefeitura, Consórcio e sindicato. Foi a segunda vez que o tribunal elevou o valor da multa sem obter a retomada do serviço.

Durante a sessão, o desembargador voltou a reforçar a decisão judicial e detalhou a escala obrigatória de funcionamento:

  • 6h às 8h30: 70% da frota

  • 8h30 às 17h: 50% da frota

  • 17h às 20h: 70% da frota

  • Após 20h: 50% da frota

O descumprimento mantém a multa de R$ 200 mil por dia ao sindicato. A defesa dos trabalhadores solicitou que as empresas também fossem multadas, pedido que gerou aplausos dos motoristas presentes. Após as manifestações, a categoria deixou o plenário.

Entenda o que motivou a greve

A paralisação teve início na segunda-feira (15), após meses de atrasos recorrentes nos salários dos motoristas do Consórcio Guaicurus, problema que se intensificou ao longo do segundo semestre de 2025.

Neste mês de dezembro, a situação se agravou porque os trabalhadores temem não receber:

  • Salário atrasado de novembro

  • 13º salário, com prazo legal até 20 de dezembro

  • Adiantamento salarial, tradicionalmente pago no dia 20

Em assembleia geral realizada na madrugada da última quinta-feira (11), ficou definido que a categoria só retorna ao trabalho após o pagamento integral de todos esses valores, de forma conjunta.

Até o momento, não há previsão para o fim da greve, e Campo Grande segue sem transporte coletivo por tempo indeterminado.


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