Política / Assembleia Legislativa
Pedro Kemp apresenta Moção de Apoio a Padre Júlio Lancellotti e denuncia tentativa de silenciamento
Deputado afirma que atuação pastoral incomoda por dar visibilidade às desigualdades sociais e reforça defesa dos direitos humanos
17/12/2025
12:45
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O deputado estadual Pedro Kemp (PT) apresentou, na última sessão legislativa de 2025, realizada nesta terça-feira (17), uma Moção de Apoio ao Padre Júlio Renato Lancellotti, sacerdote da Arquidiocese de São Paulo reconhecido nacionalmente por sua atuação pastoral e humanitária em defesa das pessoas em situação de rua e de populações em extrema vulnerabilidade social.
A iniciativa ocorre após a decisão do cardeal arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, que determinou a suspensão das transmissões ao vivo das missas celebradas por Padre Júlio e das publicações de suas atividades nas redes sociais. Há, ainda, a possibilidade de o sacerdote ser afastado da Paróquia São Miguel Arcanjo, localizada no bairro da Mooca, em São Paulo.
Nas redes sociais, Pedro Kemp publicou uma foto ao lado do religioso e manifestou apoio público, destacando o impacto social do trabalho desenvolvido por Padre Júlio, especialmente na Cracolândia, em São Paulo.
“Padre Júlio Lancellotti é força viva do cristianismo, do amor ao próximo, do compromisso com a justiça, com os direitos humanos, com os pobres e com aqueles que estão à margem, os excluídos da sociedade”, afirmou o parlamentar.
Segundo Kemp, o sacerdote vai além da assistência material, ao oferecer acolhimento, dignidade, conforto espiritual e esperança a pessoas marcadas pela pobreza extrema, pela dependência química e pela exclusão social.
“O seu trabalho abnegado, a sua coragem e a sua bondade incomodam porque Padre Júlio dá visibilidade às mazelas da nossa sociedade, que é tão desigual e injusta. Não é a primeira vez que tentam silenciá-lo. Mas Padre Júlio não está só”, declarou.
As missas celebradas por Padre Júlio eram transmitidas pela Rede TVT (TV dos Trabalhadores), pelo portal ICL e pelo YouTube. Foi justamente em uma dessas transmissões, no domingo (14), que o sacerdote comunicou oficialmente a interrupção.
“Hoje é a última vez que essa missa está sendo transmitida. Até que haja ordem em contrário, a partir de domingo que vem, a missa será apenas presencial”, disse durante a celebração.
Na Moção apresentada à Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), Kemp destaca que a decisão da Arquidiocese gerou ampla repercussão social e foi interpretada por diversos setores como uma forma de cerceamento da atuação pastoral e da chamada voz profética de Padre Júlio.
O texto ressalta que o sacerdote construiu, ao longo de décadas, uma trajetória marcada pelo acolhimento, escuta e defesa intransigente da vida, tornando-se uma referência ética e humanitária no Brasil.
A Moção afirma ainda que:
A atuação de Padre Júlio está em consonância com os princípios cristãos do amor ao próximo, misericórdia e solidariedade;
Sua missão se materializa em ações concretas junto aos pobres, invisibilizados e excluídos;
A liberdade de expressão religiosa e a ação pastoral comprometida com os direitos humanos devem ser respeitadas.
Ao final, a ALEMS manifesta solidariedade, respeito e apoio ao sacerdote, reafirmando a importância do diálogo como caminho para a superação de conflitos.
A Moção foi registrada oficialmente na Sala das Sessões, em 17 de dezembro de 2025, e assinada pelo deputado Pedro Kemp (PT).
Paróquia São Miguel Arcanjo
Rua Taquari, nº 1100 – Belenzinho
São Paulo (SP) – CEP 03166-001
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