Política / Transporte Público
Adriane Lopes rejeita socorro financeiro ao Consórcio Guaicurus em meio à crise do transporte coletivo
Prefeita afirma que município não deve pagar dívidas da concessionária e confirma debate sobre isenção de ISS após greve
17/12/2025
10:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), afirmou nesta quarta-feira (17) que a Prefeitura não arcará com a chamada “quebra de caixa” do Consórcio Guaicurus, responsável pelo transporte coletivo da Capital. As declarações foram dadas durante a inauguração de uma nova unidade da Fundação do Trabalho, no bairro Moreninhas, em meio à greve dos motoristas que afeta o serviço há três dias.
Segundo a prefeita, o município cumpriu todos os repasses previstos ao longo do ano e a situação financeira da empresa deve ser resolvida pela própria concessionária. “Esse não é um problema da prefeitura. A prefeitura repassou, ao longo do ano, todos os recursos devidos à empresa. Trata-se de uma questão da empresa com os seus funcionários”, afirmou.
Ao comentar a alegação do consórcio de que tem apenas o município como cliente e depende de reajustes para manter a operação, Adriane Lopes foi direta. “Eu não peço para ninguém pagar as minhas contas; as contas são da empresa. Cabe à empresa administrar isso e buscar meios e caminhos para resolver o problema”, declarou.
Em meio aos transtornos provocados pela paralisação, voltou à pauta a possibilidade de derrubada da isenção do ISSQN (Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza) concedida ao Consórcio Guaicurus. O projeto já tramita na Câmara Municipal, e a prefeita afirmou que se trata de uma negociação herdada de gestões anteriores.
“O projeto já está na Câmara desde o início deste mês, porque essa é uma das tratativas feitas no passado, que eu herdei. Quando assumi a gestão, essa negociação já havia sido realizada, com o objetivo de dar condições ao consórcio para melhorar a qualidade dos serviços. E é isso que nós estamos cobrando”, explicou.
A isenção do ISS é aplicada desde 2013 e renovada anualmente. Nesse período, a concessionária deixou de recolher cerca de R$ 7 milhões aos cofres do município.
A prefeita também classificou a paralisação como abusiva, ao destacar o descumprimento de decisão judicial que determinou a circulação mínima da frota. “Considero abusiva, porque deveria haver, no mínimo, 70% da frota circulando, mas houve paralisação total. Em razão dessa situação, os prejuízos estão sendo contabilizados diariamente”, concluiu.
Nesta quarta-feira (17), os motoristas mantiveram a paralisação total pelo terceiro dia consecutivo, mesmo após decisão judicial que determinou a retomada parcial do serviço e elevou a multa diária aplicada ao sindicato.
O movimento foi mantido após assembleia realizada em frente ao TRT-24 (Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região), sob a justificativa de atraso no pagamento de salários. O Consórcio Guaicurus reconhece que há valores pendentes e afirma que segue negociando com a Prefeitura.
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