Campo Grande (MS), Terça-feira, 02 de Dezembro de 2025

Política / Eleições 2026

Michelle Bolsonaro pede compreensão aos filhos de Bolsonaro após críticas e reafirma rejeição a aliança com Ciro Gomes

Ex-primeira-dama diz que falou como esposa e mãe, não como líder política, e mantém posição contra acordo do PL no Ceará

02/12/2025

07:15

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro divulgou, nesta terça-feira (2), uma nota pública em resposta às críticas feitas pelos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro. O atrito familiar ganhou força depois de Michelle condenar a aproximação do PL do Ceará com o ex-governador Ciro Gomes (PSDB), durante evento da sigla em Fortaleza, no domingo (30).

Na manifestação, Michelle reafirmou que não poderia apoiar “a candidatura de um homem que tanto mal causou ao meu marido e à minha família”, citando os ataques feitos por Ciro a Bolsonaro, incluindo quando o chamou de “genocida” e quando celebrou a ação que levou à inelegibilidade do ex-presidente.

Michelle disse respeitar o posicionamento dos enteados, mas defendeu o direito de expressar suas opiniões. “Tenho o direito de não aceitar isso, ainda que essa fosse a vontade do Jair (ele não me falou se é)”, afirmou. Ela destacou que falou como “mulher, mãe e esposa”, e não como líder partidária.

Críticas internas

As declarações de Michelle desencadearam uma reação imediata dos filhos do ex-presidente. Flávio Bolsonaro (PL-RJ) classificou a postura como “autoritária e constrangedora”, argumentando que o apoio a Ciro Gomes foi autorizado pelo pai e tem caráter estratégico para reduzir a influência de Lula no Ceará.

Os irmãos Carlos, Eduardo e Jair Renan Bolsonaro acompanharam Flávio e reforçaram a crítica. Carlos afirmou que Michelle “atropelou” Jair Bolsonaro, enquanto Eduardo defendeu o deputado André Fernandes (PL-CE), líder local do partido e responsável pela articulação com Ciro.

Michelle, por sua vez, reforçou que não vê coerência em apoiar um adversário histórico da família Bolsonaro. Afirmou ainda que “derrotar o PT apoiando Ciro” seria como “trocar Joseph Stalin por Vladimir Lenin”, e disse que, mesmo quando Bolsonaro discorda dela, “muitas vezes são as esposas que mostram aos maridos que eles podem estar errando”.

Fissura interna no bolsonarismo

A divergência expõe a crise mais profunda já vista publicamente no grupo desde 2018. O conflito ocorre em um momento de fragilidade política, com Jair Bolsonaro preso em regime fechado na Superintendência da PF, sem condições de intervir para conter disputas internas.

O episódio amplia um histórico de atritos, especialmente entre Michelle e Carlos Bolsonaro, que já acumulam desentendimentos desde 2022. Embora Michelle tenha declarado em março que “perdoou” o vereador, também afirmou preferir manter distância.

Ao final da nota, Michelle pediu perdão aos enteados, afirmando que não quis contrariá-los. “No episódio de Fortaleza, fui apenas uma esposa defendendo o seu marido e sua família de um homem que sempre nos atacou”, escreveu.


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