Campo Grande (MS), Quarta-feira, 22 de Outubro de 2025

Política Nacional

Ciro Gomes retorna ao PSDB e reacende disputa eleitoral no Ceará para 2026

Aos 67 anos, ex-ministro tenta reconstruir base política e pode enfrentar o PT em nova candidatura ao governo estadual

22/10/2025

08:30

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

O ex-ministro Ciro Gomes oficializa nesta quarta-feira (22) seu retorno ao PSDB, partido pelo qual iniciou a carreira política e se elegeu governador do Ceará em 1990, aos 32 anos. Após 35 anos afastado da sigla, Ciro volta ao ninho tucano em busca de reaproximação com antigos aliados e reposicionamento político para 2026 — ano em que pode disputar novamente o governo estadual, em oposição ao atual governador Elmano de Freitas (PT).

Retorno estratégico e reaproximação tucana

O ato de filiação acontece em Fortaleza e é articulado pelo ex-governador Tasso Jereissati, considerado padrinho político de Ciro. O movimento sinaliza uma tentativa de reconstruir alianças no campo da oposição e unir forças com partidos como o PL, de Jair Bolsonaro, e o União Brasil, numa frente anti-PT.

Aliados próximos afirmam que Ciro avalia romper o ciclo de gestões petistas no Ceará, iniciado em 2015 com Camilo Santana, atual ministro da Educação do governo Lula (PT). Embora tenha declarado após a derrota nas eleições de 2022 que não voltaria a disputar cargos, a tendência é de que Ciro reveja essa decisão e entre na corrida estadual de 2026.

Reaproximação com a direita e ruptura com antigos aliados

A nova articulação política começou em 2023, quando aliados de Ciro apoiaram o deputado André Fernandes (PL) no segundo turno das eleições municipais de Fortaleza. Desde então, o diálogo com partidos conservadores vem se intensificando, inclusive com reuniões com parlamentares de oposição ao atual governo estadual.

Em contrapartida, o ex-ministro rompeu com antigos aliados, como o ex-governador Camilo Santana e o próprio irmão, o senador Cid Gomes (PSB), de quem está afastado desde 2022. Cid, que hoje apoia a reeleição de Elmano de Freitas, declarou que a possível candidatura de Ciro “criaria uma situação constrangedora”.

“Cada um segue seu caminho. A gente deve se esforçar para fazer o melhor pelo povo”, declarou Cid, evitando críticas diretas ao irmão.

Alianças e bastidores eleitorais

Lideranças como Roberto Cláudio, ex-prefeito de Fortaleza e aliado histórico de Ciro, afirmam que há um sentimento majoritário de união da oposição para lançar um palanque único em 2026.

“É preciso unir forças e apresentar uma alternativa forte contra o governador”, disse Roberto Cláudio, que deve se filiar ao União Brasil.

Entre os nomes cotados para compor a futura coligação estão Capitão Wagner (União Brasil) e André Fernandes (PL). A principal resistência parte do senador Eduardo Girão (Novo), que se lançou pré-candidato e questiona a aproximação de Ciro com setores da direita.

Impacto político e cautela tucana

Para o PSDB, a filiação tem caráter estadual, voltada exclusivamente à disputa pelo governo cearense. Dirigentes tucanos buscam evitar especulações sobre uma nova candidatura presidencial de Ciro — que já disputou quatro eleições nacionais (1998, 2002, 2018 e 2022).

O movimento, contudo, chacoalha o tabuleiro político do Ceará, reabre frentes de diálogo entre centro e direita e recoloca Ciro Gomes no centro do debate político — agora como símbolo da reorganização das forças oposicionistas no estado.


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