Cidades / Transporte
Vale de motoristas atrasa e Campo Grande amanhece sem ônibus
Protesto por falta de pagamento parou o transporte coletivo entre 4h30 e 6h da manhã; categoria ameaça greve geral
22/10/2025
06:45
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
Campo Grande amanheceu sem ônibus circulando nesta quarta-feira (22). Os motoristas do Consórcio Guaicurus retardaram em cerca de 1h30 o início das atividades em protesto contra o atraso no pagamento do adiantamento salarial, que normalmente é depositado no dia 20 de cada mês.
Os veículos, que costumam sair das garagens por volta das 4h30, só começaram a circular a partir das 6h, afetando o deslocamento de milhares de trabalhadores logo nas primeiras horas do dia. Passageiros relataram que não foram avisados sobre a paralisação e enfrentaram longas esperas nos pontos.
“Precisamos trabalhar, e essa greve sem aviso prejudicou muita gente. Cheguei 5h no ponto e até 6h20 nenhum ônibus passou”, disse a passageira Maria Miller, moradora do Jardim Centenário.
Moradores de bairros como Vila Popular e Jardim Itália também relataram falta total de veículos até o início da manhã.
Segundo Demétrio de Freitas, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo e Urbano (STTCU), o consórcio não realizou o pagamento do vale, no valor médio de R$ 1,3 mil, atingindo cerca de mil trabalhadores.
“Esperamos até ontem e fomos informados que não haveria pagamento nem previsão. Por isso decidimos parar hoje cedo”, afirmou o sindicalista.
Uma assembleia da categoria está marcada para segunda-feira (27). Caso o valor não seja quitado e não haja garantia para o próximo pagamento, uma greve por tempo indeterminado poderá ser decretada.
A paralisação ocorre em meio às reivindicações das empresas por reajuste da tarifa de ônibus, que atualmente é de R$ 4,95.
Os empresários pedem um aumento de 26%, que elevaria a passagem para R$ 6,17, e alegam na Justiça que o valor ideal seria R$ 7,79.
A data coincide com o período-base do contrato de concessão, assinado em outubro de 2012, quando tradicionalmente são discutidos os reajustes tarifários.
O Consórcio Guaicurus também enfrenta decisões judiciais desfavoráveis. Recentemente, o grupo foi condenado a pagar R$ 59,8 mil em multas por irregularidades no transporte coletivo, conforme decisão do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).
O consórcio, que administra um contrato de R$ 3,4 bilhões com a Prefeitura, chegou a ameaçar romper contratos de vale-transporte com empresas públicas e privadas caso as penalidades continuem sendo aplicadas.
A reportagem entrou em contato com a assessoria do Consórcio Guaicurus e com a Prefeitura de Campo Grande, mas até o momento não houve retorno.
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