Segurança / Saúde Pública
Bebidas sem registro lideram apreensões em Campo Grande após risco de metanol
Operação conjunta da Decon, Procon-MS e Ministério da Agricultura apreendeu 385 garrafas irregulares na Feira Central
18/10/2025
12:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo (Decon) intensificou as fiscalizações em bares e comércios de Campo Grande após o registro de casos suspeitos de intoxicação por metanol em Mato Grosso do Sul. As ações têm como foco o combate à venda de bebidas falsificadas e sem registro, consideradas impróprias para o consumo.
Na quinta-feira (16), uma operação conjunta entre Decon, Procon-MS e o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) resultou na apreensão de 385 garrafas irregulares na Feira Central de Campo Grande. Os produtos, entre vinhos e cachaças artesanais, apresentavam ausência de registro, nota fiscal e informações de procedência.
De acordo com o delegado adjunto da Decon, Paulo Roberto Diniz, as bebidas apreendidas são consideradas irregulares por não possuírem registro no MAPA, o que impossibilita a verificação da composição química e da origem dos produtos.
“Essas bebidas são impróprias para o consumo, pois não há garantia sobre a qualidade ou segurança. O risco de contaminação por substâncias tóxicas, como o metanol, é real”, explicou o delegado.
Parte das garrafas foi descartada no local, e o restante permanecerá sob custódia do Procon-MS por 20 dias, aguardando eventual recurso dos comerciantes. Um dos responsáveis foi autuado em flagrante, e outro será formalmente indiciado.
A presidente da Associação da Feira Central, Cultural e Turística de Campo Grande, Alvira Appell, lamentou o ocorrido, destacando que muitos produtos apreendidos eram artesanais e produzidos por famílias locais.
“Vamos dar suporte aos empresários e ajudar na regularização. São famílias que precisam se reerguer”, afirmou.
Alvira ressaltou que a falta de registro nem sempre é fruto de má-fé, mas de dificuldades financeiras e burocráticas enfrentadas pelos pequenos empreendedores.
“Nem todos têm condições imediatas de atender às exigências do MAPA. É preciso apoio técnico e financeiro. Os produtos são de qualidade, só não estavam regularizados”, completou.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), Mato Grosso do Sul tem um caso suspeito de intoxicação por metanol e uma morte sob investigação, ambos em Campo Grande.
Outros oito casos foram descartados — três na Capital e os demais em Sidrolândia, Dourados, Caarapó, Ladário e Rio Brilhante. Um dos óbitos suspeitos também foi descartado.
O metanol, substância altamente tóxica, é utilizado indevidamente na fabricação clandestina de bebidas alcoólicas e pode causar cegueira, coma e morte mesmo em pequenas doses.
As autoridades reforçam a importância de comprar bebidas apenas em estabelecimentos regularizados, verificando rótulos, selos fiscais e procedência. Em caso de suspeita de adulteração, a orientação é denunciar à Decon (67 3318-9700) ou ao Procon-MS (151).
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