Política / Justiça
Lula decide indicar Jorge Messias para o Supremo Tribunal Federal
Advogado-geral da União ocupará vaga de Luís Roberto Barroso; escolha reforça ala jurídica ligada ao PT no STF
16/10/2025
19:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu indicar o atual advogado-geral da União, Jorge Messias, para ocupar a vaga deixada pelo ministro Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF). A informação foi confirmada por auxiliares próximos ao presidente e aliados do Planalto.
Barroso se aposentou antecipadamente na última semana, aos 67 anos, embora pudesse permanecer na Corte até completar 75 anos.
A escolha de Jorge Messias foi consolidada após semanas de articulações dentro do governo e de debates entre diferentes alas políticas e jurídicas. O nome do ministro da AGU era o preferido do núcleo petista e de figuras próximas a Lula, que destacam seu perfil técnico e histórico de lealdade ao partido.
Com essa decisão, Lula descarta o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, que era o nome defendido por ministros influentes do STF, como Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes e Flávio Dino.
A expectativa é de que o anúncio oficial da indicação seja feito nos próximos dias. Após a confirmação, Messias passará por sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, seguida de votação em plenário, etapa final para sua efetivação no Supremo.
Com 45 anos, Jorge Rodrigo Araújo Messias é procurador da Fazenda Nacional concursado desde 2007. Caso seja aprovado, poderá permanecer até 30 anos no STF.
Ele assumiu o comando da Advocacia-Geral da União (AGU) em janeiro de 2023, no início do terceiro governo Lula. Antes disso, foi subchefe para Assuntos Jurídicos (SAJ) da Presidência durante o governo Dilma Rousseff, posição estratégica que o aproximou do núcleo jurídico do PT.
Durante o período de governo Bolsonaro, Messias atuou discretamente na defesa de colegas perseguidos e na rearticulação da base técnica da AGU, sendo visto por Lula como um nome de “confiança institucional e discrição política”.
Dentro do Senado, a escolha de Messias é vista como um movimento de Lula para consolidar sua influência no STF, ampliando a presença de juristas de perfil progressista e com histórico de defesa do Estado democrático de direito.
A decisão também revela o distanciamento entre o Planalto e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que vinha sendo cortejado por alas do Judiciário e do centrão.
Consultado pela imprensa, Messias minimizou as especulações e afirmou:
“Não fui convidado para nada. Isso não passa de especulação.”
A Secretaria de Imprensa da Presidência da República informou que “não há anúncio oficial previsto para esta quinta-feira (16)”.
A indicação de Messias acontece em um momento de tensão institucional, com Lula buscando reforçar a estabilidade jurídica e política de seu governo após atritos recentes com o Congresso e o Supremo.
Se aprovado, Messias será o terceiro ministro indicado por Lula no atual mandato — ao lado de Cristiano Zanin e Flávio Dino —, consolidando uma nova composição no STF, mais alinhada à defesa de direitos sociais, do meio ambiente e de pautas progressistas.
Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.
Leia Também
Leia Mais
Bebidas sem registro lideram apreensões em Campo Grande após risco de metanol
Leia Mais
Michelle Bolsonaro critica líderes evangélicos que se aproximam do Governo Lula
Leia Mais
Prefeito de Rio Brilhante, Lucas Foroni, anuncia renúncia em abril para disputar vaga de deputado federal
Leia Mais
Marun defende vice do MDB na chapa de Riedel e descarta risco de debandada no partido
Municípios