Política Internacional
Pentágono exige aprovação prévia de reportagens e gera críticas por ataque à liberdade de imprensa
Organizações jornalísticas afirmam que medida viola a Primeira Emenda; secretário de Defesa Pete Hegseth diz que “a imprensa não comanda o Pentágono”
22/09/2025
07:25
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O Departamento de Defesa dos Estados Unidos determinou que jornalistas que cobrem o Pentágono terão de submeter suas reportagens à aprovação prévia dos agentes da pasta antes da publicação. Quem descumprir a regra poderá ter as credenciais de acesso suspensas.
A decisão foi recebida com fortes críticas de associações jornalísticas, que a classificaram como um ataque direto à liberdade de imprensa.
O Clube Nacional de Imprensa, entidade que representa repórteres nos EUA, repudiou a medida. O presidente da associação, Mike Balsamo, afirmou que a restrição compromete o papel essencial da imprensa no escrutínio das Forças Armadas:
“Esse trabalho só foi possível porque os repórteres puderam buscar fatos sem precisar da permissão do governo. Se as notícias precisam ser aprovadas, o público não recebe mais informação independente, mas apenas o que as autoridades querem mostrar”, disse.
Balsamo alertou que a decisão deveria “alarmar todos os americanos”, destacando que reportagens independentes são fundamentais para a democracia, permitindo que cidadãos responsabilizem seus líderes e acompanhem decisões sobre guerra e paz de forma transparente.
O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, rebateu as críticas em uma rede social:
“Quem comanda o Pentágono é o povo, não a imprensa. Use um crachá e siga as regras — ou vá para casa.”
Hegseth, aliado do presidente Donald Trump, afirmou ainda que a medida busca “organizar o fluxo de informações” e evitar o que chamou de “abusos” por parte da mídia.
A Fundação Liberdade para Imprensa classificou a decisão como “a mais grave violação da Primeira Emenda” já registrada. Para a entidade, o governo não pode censurar informações públicas alegando sigilo sem justificativa, o que configura restrição inconstitucional ao jornalismo independente.
A medida se soma a outras restrições recentes do governo Trump:
Em maio, o acesso dos repórteres a áreas internas do Pentágono passou a depender de autorização prévia e escolta.
Na semana passada, o presidente ameaçou revogar licenças de rádios e televisões que fazem críticas ao governo.
A emissora ABC, controlada pela Disney, retirou “indefinidamente” do ar o programa do apresentador Jimmy Kimmel, crítico de Trump, após pressão da Casa Branca.
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