Política
“Democracia é conquistar e vigiar”: Fábio Trad projeta 2026, critica anistia e reforça defesa do centro democrático
Ex-deputado federal afirma que deve disputar vaga na Câmara, mas não descarta governo de MS; para ele, abrandar penas do 8 de Janeiro consolida “cultura da impunidade”
21/09/2025
08:15
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O ex-deputado federal Fábio Trad (PT) voltou a se colocar no tabuleiro político de Mato Grosso do Sul. Em entrevista, ele afirmou que pretende disputar uma vaga na Câmara dos Deputados em 2026, embora seja apontado por lideranças petistas como possível candidato ao Governo do Estado. Trad destacou que sua prioridade é reforçar o campo democrático no Congresso Nacional, num momento em que o país atravessa embates sobre anistia aos envolvidos na tentativa de golpe de 8 de janeiro e a chamada PEC da Blindagem.
Atualmente, Trad ocupa o cargo de gerente de Controle de Integridade da Embratur e ganhou força nas redes sociais por seus posicionamentos contra medidas que considera “ataques à democracia”.
Segundo o ex-deputado, sua contribuição pode ser mais efetiva em Brasília:
“Penso que posso ser mais útil ao Estado de Mato Grosso do Sul estando lá, mais útil ao Brasil, do que sendo candidato a governador aqui. Entretanto, não posso, como recém-filiado, dizer não de forma definitiva. Mas, a princípio, sou pré-candidato a deputado federal.”
O petista citou nomes que também podem ganhar protagonismo nas próximas eleições, como a vereadora Luiza Ribeiro (PT), o superintendente Tiago Botelho (SPU-MS) e a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB).
Trad foi enfático ao se posicionar contra a proposta de anistia, inclusive em sua versão “light”, que prevê revisão das penas aplicadas pelo STF aos condenados do 8 de Janeiro:
“Se nós anistiarmos mais uma vez, será a consolidação de uma cultura da impunidade. Precisamos consolidar uma cultura de respeito à lei e à Constituição. Sou absolutamente contrário a essa ideia, ela pode servir de estímulo a futuros questionadores da democracia.”
Ele também defendeu a cassação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), afirmando que o parlamentar “já deveria ter perdido o mandato” por atuar no exterior contra interesses nacionais.
O ex-deputado minimizou antigos embates com o ex-governador Zeca do PT e reforçou que o cenário atual exige unidade.
“Naquela época havia uma direita liberal que respeitava a democracia. Hoje temos uma extrema direita que relativiza a democracia, usando métodos de ódio e desinformação. Isso nos une e por isso aceitei o convite.”
Trad também destacou o papel do PDT, citando a liderança do ex-prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, como parte da construção de uma frente em apoio à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Com três mandatos como deputado federal, Fábio Trad afirmou que sua experiência legislativa lhe dá condições de ampliar a atuação em defesa das instituições democráticas.
“Hoje só tem dois campos: o democrático popular e o da extrema direita, que questiona a democracia. Democracia não é só conquistar, é conquistar e vigiar para que ela não se perca e não se enfraqueça.”
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