Política / Justiça
Alessandro Vieira assume relatoria da PEC da Blindagem no Senado e amplia resistência ao texto
Senador do MDB já chamou proposta de "ideia vergonhosa"; líderes do partido e presidente da CCJ também se posicionam contra
21/09/2025
07:45
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O senador Alessandro Vieira (MDB-SE) foi designado relator da PEC da Blindagem, proposta aprovada pela Câmara dos Deputados que restringe operações policiais e inquéritos contra parlamentares. A escolha, feita pelo presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Otto Alencar (PSD-BA), desanimou defensores da medida, já que Vieira é crítico ferrenho do projeto e chegou a classificá-lo como “ideia vergonhosa”.
O texto aprovado na Câmara obriga o Judiciário a pedir autorização prévia ao Legislativo antes de abrir ação penal contra deputados ou senadores. A votação seria secreta, evitando exposição individual de parlamentares. Além disso, não há período de transição, o que poderia congelar processos já em andamento. A proposta também pode se estender a deputados estaduais, ampliando seus efeitos.
Antes mesmo de a PEC chegar ao Senado, senadores já indicavam dificuldades para sua aprovação. Otto Alencar declarou publicamente sua oposição, afirmando que a proposta fere a opinião pública e a moralidade. O líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM), reforçou a posição da bancada: “É, na prática, a PEC da impunidade”.
Outros nomes, como Eliziane Gama (PSD-MA) e o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), também se manifestaram contra. Randolfe chamou a medida de “um grave retrocesso”.
A aprovação da PEC na Câmara gerou forte reação popular. Deputados que apoiaram a proposta foram alvos de críticas em massa.
Jilmar Tatto (PT-SP) fechou os comentários no Instagram e passou a justificar seu voto em postagens;
Pedro Campos (PSB-PE) recebeu enxurrada de críticas em suas redes;
Imagens com legendas críticas aos deputados circularam em grupos de WhatsApp no Distrito Federal e no Maranhão.
O desgaste digital surpreendeu senadores, que passaram a ver maior risco político em apoiar o texto às vésperas da eleição de 2026.
A exigência de autorização parlamentar para investigação já existiu, mas foi extinta em 2001, após críticas de que gerava impunidade. Para ser aprovada, a PEC precisa de 49 votos no Senado, em dois turnos, após já ter obtido os 308 necessários na Câmara.
Apesar da resistência, parlamentares avaliam que a pressão da Câmara será intensa e que eventual endurecimento de decisões do STF contra congressistas pode alterar o cenário político.
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