Campo Grande (MS), Quarta-feira, 03 de Setembro de 2025

Política / Justiça

Senado aprova projeto que reduz prazo de inelegibilidade da Lei da Ficha Limpa

Novo texto fixa limite de 8 anos para punições, com exceção de crimes graves; proposta segue para sanção presidencial

03/09/2025

11:30

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

O Senado Federal aprovou nesta terça-feira (2), por 50 votos a 24, o Projeto de Lei Complementar 192/2023, que altera a Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar nº 134/2010) e reduz os prazos de inelegibilidade de políticos condenados. A proposta, de autoria da deputada Dani Cunha (União-RJ), filha do ex-deputado cassado Eduardo Cunha, segue agora para a sanção presidencial.

O que muda com o projeto

  • O prazo máximo de inelegibilidade passa a ser de 8 anos, contados a partir da:

    • decisão que decretar a perda do mandato;

    • eleição em que houve prática abusiva;

    • condenação por órgão colegiado; ou

    • renúncia ao cargo eletivo.

  • Em caso de múltiplas condenações, o tempo pode chegar a 12 anos, mas fica vedada a aplicação de mais de uma pena de inelegibilidade para fatos relacionados.

Na prática, a mudança antecipa a contagem do tempo da pena e pode reduzir o período de afastamento da vida política.

Como é hoje

  • Para delitos eleitorais de menor gravidade e improbidade administrativa, a inelegibilidade dura todo o mandato e mais 8 anos após o fim dele, podendo ultrapassar 15 anos.

  • Nos crimes mais graves, como corrupção, lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, racismo, tortura, terrorismo, crimes contra a vida e crimes sexuais, continua valendo a regra atual: o prazo de 8 anos só começa a contar após o cumprimento da pena.

Argumentos a favor

O relator do projeto, senador Weverton (PDT-MA), disse que a alteração evita punições excessivas:

“Não é razoável permitir que a inelegibilidade seja ad eternum. A manutenção da regra para crimes graves preserva o espírito da Lei da Ficha Limpa.”

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), também defendeu a aprovação:

“A inelegibilidade não pode ser eterna. Está no texto da lei: 8 anos. Não pode ser nove nem vinte.”

Críticas

Senadores contrários ao projeto afirmam que a mudança enfraquece a Lei da Ficha Limpa e reduz seu alcance.

“O espírito da lei é que quem foi punido fique fora de duas eleições. Com a alteração aprovada, ninguém, por crime eleitoral, ficará mais por duas eleições fora do pleito. Isso é uma anomalia”, criticou o senador Marcelo Castro (MDB-PI).

Próximos passos

O texto aprovado segue para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Se confirmada, a mudança terá efeito retroativo, alcançando casos de inelegibilidade já definidos, e não apenas futuras condenações.

 

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