Política / Justiça
Defesa de Bolsonaro afirma no STF que não há provas de ligação com tentativa de golpe
Advogado Celso Vilardi diz que ex-presidente foi “dragado” para investigação e critica delação de Mauro Cid
03/09/2025
11:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
No segundo dia de julgamento da ação penal que apura a trama golpista atribuída ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a outros sete aliados, a defesa do ex-mandatário sustentou que “não há uma única prova” que o vincule aos atos investigados pela Polícia Federal.
O advogado Celso Vilardi, responsável pela sustentação oral nesta quarta-feira (3), declarou que Bolsonaro foi “dragado” para os fatos apurados e que o processo se baseia em elementos frágeis:
“Um processo com base em uma delação e em uma minuta encontrada em um celular de uma pessoa que hoje é colaboradora da Justiça. Esse é o epicentro, essa é a pedra de toque do processo. Daí em diante, o que aconteceu é uma sucessão inacreditável de fatos”, disse Vilardi.
Segundo o advogado, o ex-ajudante de ordens e delator Mauro Cid não é confiável, por ter mudado de versão diversas vezes em interrogatórios. Ele defendeu a anulação da colaboração premiada do militar.
A defesa também questionou a quantidade de material a que teve acesso durante a instrução:
Foram recebidos cerca de 70 terabytes de documentos;
Parte dos arquivos teria sido disponibilizada apenas após o encerramento da fase de instrução;
O prazo de 15 dias para análise do material foi considerado insuficiente.
“Com 34 anos de atuação, é a primeira vez que venho à tribuna para dizer que não conheço a íntegra desse processo. São bilhões de documentos, com uma instrução de menos de 15 dias. Não tivemos o tempo nem o acesso que tiveram o Ministério Público e a Polícia Federal”, afirmou Vilardi.
Na véspera, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu a condenação de Bolsonaro e de outros réus, apontando o ex-presidente como líder da tentativa de golpe.
Para Gonet, há registros, documentos e falas públicas que evidenciam o plano para manter Bolsonaro no poder após a derrota em 2022. Ele citou, entre os exemplos, a reunião ministerial de 5 de julho de 2021 e o discurso de 7 de setembro do mesmo ano, quando o então presidente ameaçou ministros do STF e declarou que só sairia do cargo “preso, morto ou com vitória”.
“Não há como negar fatos praticados publicamente, planos apreendidos, diálogos documentados e bens públicos deteriorados. Esses elementos demonstram o projeto autoritário”, reforçou o procurador.
A denúncia apresentada pela PGR em fevereiro de 2025 envolve Bolsonaro e outros 33 investigados pelos crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.
Na Primeira Turma do STF, o julgamento teve início na terça-feira (2) e deve se estender até a próxima semana, quando o relator, ministro Alexandre de Moraes, apresentará seu voto.
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