Política / Justiça
Moraes determina monitoramento integral de Jair Bolsonaro por risco de fuga
Decisão do ministro do STF cita atuação de Eduardo Bolsonaro nos EUA e proximidade do julgamento por tentativa de golpe de Estado
26/08/2025
20:52
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira (26) que a Polícia Penal do Distrito Federal passe a realizar monitoramento em tempo integral do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que cumpre prisão domiciliar e já utiliza tornozeleira eletrônica.
A decisão foi tomada após manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR), que também havia defendido a medida diante do risco de fuga.
Moraes fundamentou a decisão na atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos articulando contra o Judiciário brasileiro e defendendo anistia aos investigados pelos atos de 8 de janeiro.
“As ações incessantes de Eduardo Nantes Bolsonaro, estando inclusive localizado em país estrangeiro, demonstram a possibilidade de um risco de fuga por parte de Jair Messias Bolsonaro, de modo a se furtar da aplicação da lei penal”, escreveu Moraes.
O ministro determinou que o monitoramento seja feito de maneira discreta, sem exposição midiática ou medidas que invadam a esfera domiciliar. Caberá à Polícia Penal decidir sobre o uso de uniforme e armamento durante a execução da ordem.
Além disso, Moraes ordenou que a decisão seja comunicada à Secretaria de Segurança Pública do DF e que a defesa do ex-presidente seja formalmente intimada.
Bolsonaro é réu no processo que o acusa de tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, cujo julgamento começará em 2 de setembro. Sua prisão domiciliar, no entanto, foi determinada em outro inquérito, que investiga suposta coação de autoridades responsáveis pelo caso.
A PGR também analisa se Bolsonaro descumpriu restrições impostas pelo STF, como a proibição de uso de redes sociais, e o risco de fuga após a descoberta de uma minuta de pedido de asilo à Argentina em seu celular. A defesa do ex-presidente nega violações.
No mesmo contexto, o governo dos Estados Unidos, sob comando de Donald Trump, impôs recentemente um tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros e classificou o julgamento de Bolsonaro como uma “caça às bruxas”, fato também mencionado nos bastidores como elemento de pressão política.
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